Fernando Daniel foi um dos oradores do último Cristina Talks que se realizou em Guimarães. Depois de subir ao palco perante 5 mil pessoas, o cantor esteve à conversa com Cristina Ferreira e é o protagonista da edição deste mês da revista Cristina.
A apresentadora questionou Fernando Daniel: “Alguma vez tiveste vergonha da tua história?“. “Já, muitas vezes. Não me orgulho de o dizer. Houve uma vez, num aniversário, em que chamei os meus amigos para irem a casa dos meus avós. Fiz questão de fazer a festa no pátio, na rua, para os meus amigos não entrarem, para não entenderem onde nós vivíamos“, começou por confessar.
“Mas sinto muito orgulho em ter vivido ali. Creio que cresci muito, que todos crescemos. Enquanto família, fomos muito mais unidos. Mesmo no Ciclo, o meu pai passou por uma fase muito complicada com o divórcio. Ele já bebia muito, antes, e esse problema agravou-se depois da separação“, recordou Fernando Daniel.
O cantor revelou uma situação que presenciou do pai e que nunca o tinha dito publicamente nem ao próprio progenitor. “Às vezes, quando tinha um “furo” na escola, íamos a um café, por exemplo – e não me orgulho do que vou dizer, creio que nunca o disse e nem o meu pai sabe – mas, às vezes, via-o ao longe e, se por um lado a minha intuição era ir ter com ele, por outro, tinha receio de que ele já estivesse um bocadinho tocado, e não queria passar essa vergonha à frente dos meus amigos. Contornava o meu pai, por trás dos carros“, confessou.
“Hoje em dia, e não é por estar numa posição financeiramente melhor, com uma exposição pública, trata-se de perceber que, como adulto, isso faz parte de mim. Não me envergonho se tiver de voltar a essa vida, porque foi aí que valorizei mais a vida e percebi as coisas“, acrescentou.
Questionado se tinha percebeu o pai ou se o culpou, Fernando Daniel afirmou: “Tantas vezes… Eu “choco” muito com o meu pai, ainda hoje. Temos feitios muito fortes. Discordamos muito, mas também é das pessoas com quem me dá mais gozo brincar. Tem um humor idêntico ao meu, mas divergimos em várias opiniões. Às vezes, culpava-o, não pelas decisões que tomava, mas pela forma como o fazia. Na altura do divórcio, a minha mãe apaixonou-se por outro homem. Isto é público, já o contei ao Goucha, está muito resolvido para mim e em casa, com os meus pais.
