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Enfermeira toca na Bumba na Fofinha: “Alguém que dê valor já que o meu namorado não o faz”

Duarte Costa
5 min leitura
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Mariana Cabral, conhecida também como Bumba na Fofinha, foi mãe no início de maio.

Menos de um mês depois de ter dado à luz pela primeira vez, Bumba na Fofinha partilhou um testemunho sobre o pós-parto e aproveitou para mandar uma piada ao namorado.

“Esta é a fotografia que enviei às minhas amigas no segundo dia de vida da Clara, completamente arrasada pela exaustão, maminhas em rosbife, gelo no pipi, cueca de rede, contrações daughters-of-biatches que chegaram atrasadas à festa, pavor existencial de vir a ter de precisar de mandar barrito por uma zona em obras (antes uma atividade que me aprazia tanto, como sabem) – e, a rematar este cenário festivo, uma pequena piranha esfomeada a abocanhar o ar e eu sem conseguir dar de mamar. Em agonia, a contar os minutos que me restavam até ter aquelas Gengivinhas Khan a assassinar os meus mamilos já em ferida”, começou por escrever Mariana Cabral.

“Perdoem-me a crueza do relato, mas foi exatamente neste estado que me encontrou a equipa de enfermeiras que cuidou de mim no pós-parto e este é um post de agradecimento a elas. Se há bons e maus profissionais em todo o lado, eu tive uma sorte danada com as minhas. Passaram horas sem fim curvadas sobre a minha cabeceira a fazer malabares com estas bajengas, a arremessar mamilos para uma Clarinete pouco interessada no seu buffet all-you-can-eat, muitas vezes comigo a chorar de frustração ou a desistir de exaustão”, recordou.

“Ouviram-me aos soluços a sentir que estaria a falhar como mãe por dar fórmula (eu sei, achamos sempre que não somos assim até nos tocar). Fizeram-me jiu jitsu mamário no duche durante a subida do leite, foram-se revezando no papel de pacientes professoras perante a minha total inexperiência, babysitters para eu poder dormir 20 minutos, psicólogas perante a minha frustração hormonal de que dar um biberão é um tudo ou nada e foram o mais próximo de irmãs/mães/amigas durante as fatídicas madrugadas em que está escuro, luzes, alma, tudo”, acrescentou.

“Foram várias profissões numa só, e só agora entendo realmente porque devia ser um trabalho tão mais bem pago. E por isso deixo o meu agradecimento à enfermeira Inês Louro, à Ana, à Rita, à Vânia, à Vanessa, à Mónica das Mamas, à enfermeira cujo nome não lembro e me deu a mão durante a epidural porque voltei a ser criança com pavor a picas, à enfermeira amorosa que nos deu a alta e que disse «não acredito que estou a tocar nas mamas da Bumba» – alguém que dê valor a esse privilégio já que o meu namorado não o faz”, atirou em jeito de brincadeira.

“Obrigada por me darem colo, opções sem julgar, soluções sem pressionar, sempre com uma empatia e ternura que foi além do profissionalismo e do que aprenderam nas faculdades de enfermagem – é uma vocação, simples assim – e que me comoveu muito, agora que tenho a distância necessária para o descrever”, revelou ainda a Bumba na Fofinha.

“Não as conheço realmente nem sei quais são os seus perfis de Instagram, mas numa altura em que há tantos relatos do contrário, parecer-me-ia injusto não deixar aqui o meu, bem público, na esperança de que elas o vejam. Ainda não consigo dar de mamar, mas se estou saudável de corpo e cabeça e a Clara também, muito se deve a elas. De alguém com o vício de longa data de não se deixar ajudar em nada, acreditem no que vos digo: quando arriscamos precisar dos outros e eles estão lá para nós, há algo que muda na vida, e é sempre para melhor”, concluiu a Bumba na Fofinha.

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