Luís Costa ou DJ Magazino, como é conhecido, trava uma dura batalha contra a leucemia.
Menos de duas semanas depois de ter anunciado, no Instagram, que necessitava de ser submetido a um rigoroso tratamento no IPO, o DJ Magazino já está internado.
Numa nova publicação, Luís Costa explicou que o tratamento é “arrasador” e que há o risco de não conseguir suportá-lo. “É muito agressivo, mas é uma última tentativa de tentar controlar a doença“, escreveu.
Leia aqui o testemunho do DJ Magazino:
“Na terça-feira entrei para mais um internamento no IPO que pode ir de três a cinco semanas, se me aguentar, porque o tratamento é tão arrasador que há o risco de não o suportar.
Já vou com cinco dias de quimio e aqui sofro muito. Sim, sofro, mas ao menos sinto que estou a lutar e que estou na melhor companhia, estas mulheres não me vão deixar cair, e isso deixa-me feliz, enquanto em casa estava sem armas para poder lutar pela vida, estava na merda.
Nestes primeiros dias já estou a levar uma porrada daquelas. Desta vez estou a fazer um combinado de duas quimios endovenosas. É muito agressivo, mas é uma última tentativa de tentar controlar a doença.
Uma das quimios é um saco com um líquido azul petróleo. É um bocado assustador ver aquilo a entrar no catéter debaixo do meu braço esquerdo a conta gotas e por curiosidade perguntei o nome. Mitoxantrona! Ahah, leram bem. Sim! Só pensei em mitras! Remeteu-me logo para os primeiros anos da minha carreira, tocava por aí em barracos fodidos por esse país fora e era só mitras e suas respetivas.
Eu, bem jovem, inexperiente, começava a tocar e passados quinze minutos já lá estavam eles pendurados na cabine, baixavam os óculos de sol à ponta do nariz e de olhos bem arregalados gritavam “mano, bota som! Dá-lhe forte! Isto não é a missa”, e as respetivas lá em baixo a assobiar, a parelha perfeita!
Eu olhava pra eles, com medo, dizia que sim com a cabeça e quando olhava para a mala de discos só pensava “estou fodido, isto é o mais forte que tenho, é hoje que levo uma valente tareia, ficam-me com as sapatilhas que comprei para o fim de semana e só não me ficam com os discos porque não gostam da música”. Acreditem que isto passou-me várias vezes pela cabeça. Nunca aconteceu, mas não me livrei de levar uma e outra vez uns belos calduços.
Desde aí que fiquei sempre de pé atrás com os mitras e agora, sempre que vejo o líquido azul a entrar no corpo, só penso neles e puxo por eles para assustarem a leucemia, a ver se vai pregar para outra freguesia. Outrora os meus maiores inimigos que agora podem virar os meus salvadores. Vamos com tudo, mitras e xantronas. Entrem por aqui adentro e espalhem o terror. Eu agradeço.» (DJ Magazino)
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