«Pediram-me para te dirigir umas palavras, para ser simples e espontânea, falando de ti e das lembranças que guardo do nosso breve encontro, na TVI», estas são as primeiras palavras de uma crónica que Judite Sousa escreveu para o site da TVI. A diretora-adjunta de informação do canal referia-se ao seu encontro com Liliana, uma menina muito especial que tinha o sonho de conhecê-la pessoalmente, «observar o movimento de uma redação e fazer-me uma entrevista».
Em mais de 30 anos de carreira, Judite Sousa já concedeu dezenas de entrevistas, umas «mais especiais que outras», mas a que lhe mais marcou foi a de Liliana. «Estudaste o meu percurso, sabias tudo a meu respeito – o meu lado público – e antecipavas o que eu poderia estar a sentir na altura em que nos conhecemos. Ambas vivÃamos fases difÃceis: tu enfrentavas um cancro; eu sangrava. Feridas irreparáveis», escreveu.
Feliz por saber que estava com o seu trabalho a contribuir para «proporcionar umas horas diferentes das tuas rotinas e realizar uma das tuas alegrias», Judite Sousa soube, meses mais tarde, que Liliana tinha morrido. «Pouco tempo depois do nosso encontro, soube que tinhas partido. Uma outra existência estava à tua espera: livre dos males do mundo e da crueldade dos homens», rematou.
