O programa “Conta-me“, da TVI, enfrentou durante mais de dois anos o “Alta Definição“. Embora esteja “suspenso”, sem emissões novas, Manuel Luís Goucha falou das semelhanças com o formato da SIC.
“São parecidos, se bem que, em termos de edição, são diferentes. O Conta-me é feito live on tape: aqueles 45 minutos é o tempo que dura a conversa. Penso que o Alta Definição tem mais tempo de gravação, que depois é editado de forma diferente“, começou por afirmar.
“Infelizmente, acho que o objetivo – esse é o lado voyeur da TV – é fazer chorar o convidado e emocionar o espectador. Acontece muitas vezes à mesa das minhas conversas e tenho uma postura clara em relação a isso. O meu objetivo não é, de todo, que a pessoa se emocione, mas pode acontecer; quando se soltam as memórias, se fala da infância, de familiares que já partiram“, continuou.
“Mesmo sabendo que as lágrimas prendem mais espectadores?“, quis saber o jornalista da TV Guia. “Sim. Não tenho o direito de escarafunchar a dor do outro. Recuso-me“, respondeu.
“E o Daniel faz isso!“, afirmou o jornalista da referida publicação. “Não sei se faz, não sei o que vai na sua cabeça. Sei que faz uma conversa que pode chegar às duas horas, que é depois editada e aí pode aproveitar os momentos de maior emoção. E legítimo. Mas eu não quero explorar esse lado da conversa, nem do meu convidado“, rematou Goucha.
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