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Confusão entre Luís Osório e Paulo de Carvalho: “Ele que me processe por difamação”

Duarte Costa
6 min leitura

Luís Osório e Paulo de Carvalho envolveram-se numa troca de comentários nas redes sociais.

Luís Osório, antigo diretor de jornais e o responsável pela assinatura do “Postal do Dia”, escreveu um longo texto no qual afirmou que é “pornográfico” dizer-se que Paulo de Carvalho é generoso e solidário.

O meu pai foi dos primeiros a ser infetado com o VIH. Mas só no início da década de 1990 se tornou impossível esconder que tinha SIDA. No momento em que foi pela primeira vez internado teve de avisar os mais próximos. E avisou também Paulo de Carvalho, o homem para quem trabalhava há longos anos. O Paulo não reagiu como ele esperava que reagisse. Aliás, nunca lhe passou pela cabeça que a relação terminasse ali. Implacavelmente. Friamente. O meu pai tinha SIDA e a partir daí as coisas só podiam piorar“, revelou.

A publicação de Luís Osório valeu-lhe diversas críticas e acabou por chegar até Paulo de Carvalho, que lhe respondeu. “Lamento que Luis Osório invoque a memória do seu pai – de quem fui amigo – para, sem jamais ter procurado confrontar-me com os factos, lançar sobre mim uma mentira infame. A qual repudio com a mesma intensidade com que me chocou

Nem foi despedido, nem jamais o estigma de uma qualquer doença seria motivo para me afastar de quem quer que fosse. Estou de consciência plenamente tranquila“, garantiu. Leia aqui.

Na sequência destes acontecimentos, o próprio Luís Osório voltou a pronunciar-se sobre o assunto através de um texto que dividiu em seis pontos.

Durante a manhã de domingo estive em contacto com as duas irmãs do meu pai – a tia Kiki e a tia Isabel. E com a tia Teresa, companheira de sempre da irmã mais velha do meu pai, a tia Cristina. Recebi inúmeras mensagens de gente que conheceu a história, que sabe exatamente o que aconteceu, alguns que são próximos de Paulo de Carvalho, que eram próximos dos dois“, começou por escrever.

Volto a insistir num ponto importante. Só escrevi o Postal do Dia pela desfaçatez de uma frase comercial sobre a biografia de Paulo de Carvalho. Não teria escrito nada se o motivo fosse a ausência do meu pai da biografia. Penso que o explicitei na última frase do Postal do Dia“, continuou.

Não posso deixar de responder ao comunicado de PC. Um comunicado que é ainda mais grave (e claro sobre a sua persona) do que tudo aquilo que esteve em causa no modo como tratou uma pessoa com quem trabalhava há longos anos. Penso que já não se trata de respeitar a memória de um homem como José Manuel Osório. Trata-se de respeitar o que foi o sofrimento de toda a família – a começar pela minha avó Alice e pela tia Cristina (e Teresa) que estiveram na primeira linha entre as pessoas que se sacrificaram naquela altura“, acrescentou.

No comunicado vai ao ponto de nos informar que foi ele a ajudá-lo quando ficou doente. Que foi o meu pai a desejar sair porque ele jamais faria tal coisa. Uma pessoa lê e não acredita. Por isso, coloquei aqui outra vez a nossa conversa (2002). O meu pai é absolutamente claro. Não o poderia ser mais“, esclareceu, antes de desafiar Paulo de Carvalho a levá-lo a tribunal.

Se Paulo de Carvalho desejar – se achar por bem – que me processe por difamação do seu bom nome. Terei gosto em esclarecer o tribunal e de levar comigo toda a família direta, todos os que em casa presenciaram o estado de abandono, de sofrimento e de raiva do meu pai. Eu tinha 19 anos. Era muito jovem, mas felizmente ainda existem duas irmãs e a Teresa“, referiu.

Elas poderão confirmar e acrescentar o que não escrevi para salvaguardar o que Paulo de Carvalho representa como músico. As minhas tias e a Ana Campos Reis que o recebeu, que nos recebeu, na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, um apoio fundamental e que teve de acontecer. Elas e todos os que poderão testemunhar – porque não existe uma única pessoa no meio que não saiba o que aconteceu. Muitos não o farão pela dimensão mediática de Paulo de Carvalho ou por serem próximos, mas não há ninguém que não saiba. Também poderei levar os papéis que me deixou, cartas. Ou dar a ler o livro que com ele escrevi, também muito claro“, assegurou Luís Osório.

Lendo o comunicado de PC até parece que lhe temos de agradecer pela sua presença e ajuda. Só receio pelo que vem a seguir. Porque um homem que escreve aquele comunicado é capaz de tudo“, completou.

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