Catarina Urbani esteve, esta sexta-feira, no programa de Júlia Pinheiro, na SIC, e falou sobre a depressão que teve após um desgosto amoroso.
“Éramos os melhores amigos, o que, hoje em dia, também é um bocadinho raro”, referiu a atriz, acrescentando que essa relação era marcada também pela “paixão” e “companheirismo”. Contudo, cerca de dois anos depois, o relacionamento terminou, mesmo depois de terem feito terapia de casal.
Nessa altura, Catarina Urbani entrou em depressão, algo que se agravou mais tarde quando o ex-namorado assumiu outra relação.
“A desilusão amorosa foi também algo que veio ampliar uma situação minha. No decorrer da nossa vida, vamos acumulando angústias e lutos não vividos como deveriam ser vividos e no tempo certo e as coisas, mais tarde, vêm-se a enfatizar e a ampliar noutros momentos e, depois, quando cai, parece que cai tudo ao mesmo tempo”, comentou Catarina Urbani.
“Não é uma coincidência porque há ali coisas que não foram bem digeridas, bem vividas e, depois, há assim um momento em que há um ‘trigger’, um empurrão em que começamos a sentir tudo”, continuou Catarina Urbani.
Catarina Urbani recordou que, na altura, teve “sintomas físicos não controláveis”, como tremer, não conseguia dormir, mesmo depois de tomar medicamentos e ir ao psiquiatra: “Sentia uma angústia profunda, adormecia a chorar, acordava a chorar”. “Deixei totalmente de comer. Não me lembrava de comer, de todo. Comer agoniava-me”, contou ainda.
“Apercebi-me que estava numa tristeza profunda e eu sabia que, para sair daquilo, tinha de ser com ‘baby steps’”, afirmou Catarina Urbani, referindo que caiu “num buraco com os tais sintomas que desconhecia” e que chegou a pensar em suicídio.
Catarina Urbani lembrou que “ouvia muito” que “ah não é para tanto”: “Hoje em dia, eu sou a primeira pessoa a dizer que isso depende. O ‘não é para tanto’ não existe. Eu própria mascarei. Quase ninguém percebeu”.
“Não me orgulho. Não consigo perceber que pessoa era aquela”, declarou Catarina Urbani, emocionada.
Na altura, Catarina Urbani refugiava-se na escrita, mas também nas partilhas das redes sociais, onde recebia várias mensagens com histórias de outras pessoas: “Quando estava mesmo muito mal, eu escrevia o que é que me faz viver. Lembrava-me da Catarina antes daquele momento. O meu leme sempre foi o meu filho”.
“O que sempre me fez feliz era cuidar dos outros, era ajudar os outros. (…) A minha página é de muita partilha e isso era o combustível que me estava a alimentar naquele momento”, referiu Catarina Urbani, que estava e continua a ser acompanhada por uma psicóloga.
Catarina Urbani confessou ainda que procurou muita informação sobre a situação que estava a passar e sobre o que sentia e que está a escrever um livro acerca desta fase da sua vida.
Veja aqui uma parte da conversa.