fbpx

Catarina Raminhos envia carta às filhas: “Magoa ter de vos implorar um abraço”

Catarina Raminhos partilhou um longo texto nas redes sociais...

Duarte Costa
4 min leitura
Instagram

Catarina Raminhos “enviou” uma carta às três filhas que tem em comum com António Raminhos.

“Queridas filhas adolescentes, como nunca ligam a nada do que eu vos digo, decidi escrever-vos esta carta (como fazia com a vossa avó, quando ela amuava e não falava com ninguém) para vos transmitir que estou muito triste por não ter uma única fotografia convosco no último ano – só a vossa irmã mais nova é que ainda me faz a vontade. O natal de 2026 vai ser o primeiro em que não ofereço uma foto bonita dos cinco às vossas tias e aos avós. E percebi que isto é a pontinha visível de uma pirâmide de coisas que se foram acumulando nos últimos tempos”, lê-se no início da publicação feita por Catarina Raminhos.

“Ficam a saber que me magoa muito ter de vos implorar um abraço, enquanto vocês reviram os olhos como aquele emoji entediado. Além disso, tenho saudades vossas (pelo menos da vossa versão anterior) porque estão sempre fechadas nos quartos e nem vos vejo, tirando à hora das refeições – momento em que reclamam da ementa, comem rapidamente e levantam a mesa contrariadas. Ajudar em casa é tão 2022!, consigo ouvir-vos dizer”, continuou.

É muito cansativo lembrar-vos constantemente que a roupa não salta sozinha do chão da casa-de-banho para o cesto da roupa suja e muito menos daí para a máquina de lavar. Curiosamente, os ténis também não conhecem esse caminho e lá vão mudando de cor e de cheiro. Embora o desejassem, recordem-se de que não vivem sozinhas!”, acrescentou ainda Catarina Raminhos.

“Aproveito para partilhar que me parece que tudo é um aborrecimento na vossa vida de adolescentes e que sofreram uma amnésia gravíssima que vos levou a apagar todas as memórias felizes da infância – e as poucas que restam aparecem com um filtro sépia. Sabem, já houve uma altura em que eu era a pessoa mais importante das vossas vidas – aquela a quem vocês confiavam todos os segredos, arreliações e alegrias”, lembrou.

“Era a pessoa a quem davam abraços vindos do nada, beijinhos repenicados e segredavam adoro-te todos os dias. Aquela com quem queriam dormir sempre que o pai não estava e com quem gostavam de ir ao cinema, às compras, a todo o lado”, recordou.

“Nessa época, juravam que iam dar-me sempre a mão na rua, mesmo quando fossem crescidas. Isto foi mais ou menos no tempo em que me prometeram que quando fossem adolescentes não iam culpar a vossa mãe por todas as desgraças da vossa vida e do mundo em geral. Claramente não cumpriram…”, lamentou Catarina Raminhos, antes de lhes lançar um último recado.

“Sabem que mais? Andei a adiar por muito tempo, mas chegou o momento de vos lembrar que também já houve uma época em que não se afastavam mais de dois metros de mim, queriam constantemente a minha atenção e – preparem-se porque esta vai doer! – sentavam-se ao meu colo enquanto eu estava na sanita, a fazer o número 2… *inspira em 1, 2, 3; expira em 1, 2, 3, 4, 5*. A carta está escrita. Vão recebê-la por correio azul assim que aparecerem os primeiros sinais da SGA – Síndrome do Grinch da Adolescência”, completou.

Relacionado: