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Catarina Gouveia desabafa: “Não foi fixe estar sempre a ouvir isto, mesmo que se sinta a boa intenção”

“Qual é a mensagem que aceitamos passar aos nossos filhos quando, desde tão cedo, condescendemos com este tipo de rótulos?"

Ana Ramos
3 min leitura
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Catarina Gouveia partilhou, este sábado, uma reflexão sobre a sua filha, Esperança.

“No que toca aos nossos bebés temos, de uma forma geral, a febre da pressa. A partir das 37 semanas, começam as pressas para que nasça, depois, a pressa para que durmam a noite inteira e de preferência, que adormeçam sozinhos. Depois chega a pressa do sentar, da introdução aos alimentos, do gatinhar, do andar, do falar e por fim, as ânsias finais da total independência”, começou por escrever.

“Mas e se, em vez do nos apressarmos, a nós e a eles, aprendêssemos apenas a viver satisfeitos com aquilo que já são capazes de fazer no momento presente?”, questionou Catarina Gouveia numa publicação no Instagram.

“Desde os 12/13 meses da Esperança que começámos a ter de lidar com a insuportável questão ‘mas ela ainda não anda?’, seguida muitas vezes, da igualmente insuportável, resposta: ‘é preguiçosa’. Os primeiros passos chegaram uma semana depois dos 17 meses. Portanto, significa que ficámos, praticamente, durante meio ano a lidar com a impaciência e a corrigir o ‘preguiçosa’ para ‘maravilhosa’. Corrigimos sempre. Sabemos que ela não entendia sequer, mas fazíamos questão”, recordou Catarina Gouveia.

“Qual é a mensagem que aceitamos passar aos nossos filhos quando, desde tão cedo, condescendemos com este tipo de rótulos? Que eles por si só não bastam e que precisam de ser sempre mais do que já são? Porque se alguns bebés começam a andar aos 12 meses, dá-se então lugar a um padrão que não se torna respeitoso com um ritmo que é diferente, um ritmo que é único! Cada um com o seu”, continuou Catarina Gouveia.

“Seguir uma direção que aposte no movimento livre, no contacto com o chão e depois, só apreciar e respeitar o tempo. Respeitar, sem julgamentos e sem ‘apressados’ à nossa volta, que chegam cheios de boas intenções com aqueles incentivos de colocar os bebés agarrado pelos braços, em posturas inadequadas para as quais não estão sequer preparados”, afirmou Catarina Gouveia.

“Achei mesmo que devia escrever com o coração sobre isto. Não foi fixe estar sempre a ouvir isto, mesmo que se sinta a boa intenção. Respeitar a criança e os pais da criança não passa por chamá-la de preguiçosa. Todas as crianças são MA-RA-VI-LHO-SAS”, rematou Catarina Gouveia.

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