fbpx

Carolina Deslandes recorda morte do avĂ´: “Durante muito tempo culpei-me por causa daquele concerto”

"É isto o bonito da A fé, ela desenha flores onde quer que seja se nós quisermos", afirmou Carolina Deslandes.

A TelevisĂŁo
3 min leitura

Carolina Deslandes decidiu utilizar as redes sociais, esta quarta-feira, para fazer uma sentida reflexão sobre a morte do avô, que se sucedeu há exatamente 8 anos.

Estou a fazer isto um bocadinho Ă  ‘toa’, sem pensar muito. Hoje faz oito anos que o meu avĂ´ morreu e há oito anos maioria de vocĂŞs nĂŁo me seguia. Tinha o cabelo verde e preto, uma argola em cada narina, cantava em discotecas e tinha esta sensação constante de nĂŁo pertencer a lado nenhum“, começou por dizer Carolina Deslandes, nas “stories” que publicou no Instagram.

Venho de uma famĂ­lia onde nĂŁo há um Ăşnico artista, toda a gente Ă© advogada ou jurista e eu fui a Ăşnica fora da caixa e enquanto estamos a crescer queremos pertencer e ter a sensação se ser amada“, continuou.

Carolina Deslandes recordou o avĂ´, e o dia da sua morte: “Há oito anos nĂŁo era mĂŁe, mas sonhava ser mĂŁe desde pequenina, mas nĂŁo estava nos meus planos prĂłximos. Foi assim que me despedi do meu avĂ´, com uma outra vida, uma outra pessoa. No dia em que o meu avĂ´ faleceu eu tive um concerto no dia, e foi o primeiro concerto que fiz e onde ouvi as pessoas a chamar o meu nome antes de entrar em palco. Quis cancelar esse concerto, a minha avĂł insistiu muito para o nĂŁo cancelar e nĂŁo cancelei (…)“.

Quando voltei para casa, percebi que o meu avĂ´ já nĂŁo estava connosco. Durante muito tempo culpei-me por causa desse concerto e por ter deixado que o trabalho passasse Ă  frente da famĂ­lia. Agora, com quase 32 anos e trĂŞs filhos, penso que essa foi uma forma do meu avĂ´ partir mais descansado, o chamar do pĂşblico se calhar foi um pronĂşncio daquilo que podia estar a acontecer na minha vida e no quanto ela iria melhorar“, acrescentou ainda, ao refletir sobre o assunto.

É isto o bonito da fĂ©, ela desenha flores onde quer que seja se nĂłs quisermos. O luto tem esta coisa. Quanto mais tempo passa, mais parece que as coisas nos estĂŁo a escapar. O cheiro da pessoa está-nos a escapar, a voz (…) A nossa memĂłria começa-nos a trair. O luto Ă© um processo solitário e penoso“, rematou Carolina Deslandes.

https://streamable.com/nohtyj

Siga-me:
Redactor.