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Carlos Moedas recorda alcoolismo do pai: “O vazio levou-o à adição”

Carolina Pereira
2 min leitura
Instagran

Carlos Moedas recebeu Manuel Luís Goucha para uma conversa intimista, que teve lugar na Câmara Municipal de Lisboa.

Nesta quarta-feira, 27 de abril, foi emitida no programa ‘Goucha’ uma entrevista de Manuel Luís Goucha a Carlos Moedas. Durante a conversa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa recordou os problemas de adição do pai.

[O meu pai] era um sonhador, que, de certa forma, não tinha a conexão à realidade. Mesmo enquanto presidente da Câmara tenho de ter o sonho de dizer às pessoas ‘esta é a Lisboa que quero’, mas depois qual é a realidade? Até onde é que posso ir?“, refletiu, notando as influências do progenitor na sua construção pessoal.

O político recordou ainda que o pai ficou muito abatido com a falência do Diário do Alentejo, tendo depois criado o primeiro boletim municipal na Câmara Municipal de Beja.

No fundo era uma dor enorme, porque aquilo não era ser jornalista e a vida dele era ser jornalista. Era muito miúdo, mas aquilo que me contam é que ele não suportava a ideia de já não ser jornalista, de já não ter a capacidade de fazer a notícia e escrever semanalmente. O jornal deixou de existir“, contou, explicando que foi nessa altura que a sua situação se tornou mais séria.

Esse vazio que acontece a muitos jornalistas, para ele junta-se com dificuldades financeiras. A minha mãe guardava o salário num envelope e ia contando até chegarmos ao final do mês. Esse vazio acho que o levou à adição, ao álcool“, explicou.

Foi também nessa fase que Carlos Moedas se mudou para Paris, que recordou que este afastamento o marcou muito: Acho que isso é o que me dói, porque no fundo estava a fugir do meu pai. Mas não era fugir dele, mas sim da doença.

Leia também: Carlos Moedas sobre o pai: “É muito íntimo, mas é muito importante falar das adições”

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