Uma das atuais capas da edição da ‘Vogue’ Portugal está a dar que falar não só cá, como na imprensa internacional. O tema é a saúde mental e numa da capas uma modelo encontra-se num cenário de hospital. A revista rapidamente foi criticada por se estar a aproveitar das doenças mentais para vender.
Sara Sampaio, por exemplo, considerou de “mau gosto” a capa da revista. Num vídeo publicado no Instagram, a manequim falou sobre os seus ataques de pânico e confessou não ter gostado que viu. “Isto marca-me pela forma como a saúde mental é tratada, especialmente nas notícias”, disse.
A Vogue explicou que a “intenção é abrir o tópico da saúde mental e trazer para a mesa de discussão as instituições, a ciência e as pessoas que estão envolvidas com a saúde mental nos tempos que correm”. Explicam ainda que no interior da edição, “encontram-se entrevistas e contributos de psiquiatras, sociólogos, psicólogos e outros especialistas na área. A saúde mental é apenas um dos tópicos abordados nesta edição e nunca é confundido com o tema ‘loucura’, é antes abordado como um lado do comportamento humano”.
Face à publicação da revista, Sara Sampaio voltou a pronunciar-se. “Wow, pensava que não podia ficar mais desapontada com a vogue portugal, mas depois li esta ‘justificação’. É por respostas e capas destas que muita gente ainda tem vergonha de pedir ajuda psicológica”, disse.
Rita Ferro Rodrigues também considerou “lamentável” a capa, defendendo que “estigmatiza a saúde mental” e que “remete para os tempos horríficos das lobotomias e dos choques elétricos. A doença mental não se romantiza, nem se glamoriza.”
O jornal britânico ‘The Guardian’ considerou de “muito mau gosto” a capa. José, Santana, director criativo, enviou um comunicado ao jornal britânico onde explica que o que se vê é a personagem principal a ser cuidada por duas enfermeiras que, no caso, são a mãe e a avó da modelo num hospital psiquiátrico em Bratislava.
Acrescentou ainda que a imagem é uma homenagem aos doentes e aos profissionais de saúde. Já Sofia Lucas, diretora da edição portuguesa, explicou ao ‘Jornal Público’ que “estão a julgar o livro pela capa”.