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Brad Pitt: “À medida que envelhecemos, acabamos por entendê-los mais”

A. Oliveira
4 min leitura
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Cresceu a pensar que seria (um dia) jornalista, acabou por abandonar a terra onde nasceu e cresceu para rumar a Hollywood. Brad Pitt garante que cresceu a saber que nunca podia mostras as suas fraquezas. 

Foi à margem do Festival de Veneza que contou ao El País que cresceu numa família bastante religiosa, tendo seguido as orientações religiosas da família até aos 20 anos. Hoje, considera que é 80% agnóstico e 20% ateu. Apesar de considerar que teve sempre uma boa educação, revela que lamenta parte da mesma.

“Crescemos com uma ideia de masculinidade focada em ser forte, sem mostrar fraquezas ou vulnerabilidades. Isso leva-nos a reprimir uma parte de nós e, com ela, as nossas dores, arrependimentos, feridas. Constróis uma barreira que te impede o relacionamento com os outros e também contigo mesmo”, atira.

Sobre Shawnee, a pequena cidade de Oklahoma, Brad diz que, de forma inconsciente, “Lá, se partes umo braço, não te queixas. Continuas. E o mesmo acontece com os teus sentimentos. É algo indelével, provavelmente do berçário. Também tem a ver com a ideia do americano do pós-guerra, que tem sempre de vencer”.

Durante a conversa, Pitt mergulhou também noutras recordações da família, como a do momento em que – depois do avô ter revelado que tinha ido ver um filme do neto – o avô pergunta o nome do filme à sua mulher, revelando de forma indiscreta que não tinha gostado nada do filme. “Betty, qual era o nome daquele filme que eu não gostei?”, perguntou o avô.

Antes de querer ser ator, Brad Pitt desejou ser jornalista, tendo deixado a sua licenciatura ‘pendurada’ por dois créditos na Universidade do Missouri.

Depois de chegar de mãos a abanar a Los Angeles, apenas com o carro que o pai lhe havia oferecido, Brad Pitt percebeu que a sua vida jamais seria fácil e nem mesmo com a conquista do estatuto de super estrela melhorou-a. “Viver é algo fodidamente complicado. E isso é dito por quem ganhou na loteria”, diz.

Divorciado de Jennifer Aniston e depois de findar uma relação de longa data com Angelina Jolie – com quem tem três filhos biológicos e três adotados – Brad Pitt confessou que os últimos anos não têm sido fáceis. Já em 2017, o ator revelou à GQ que chegou a ser alcoólico, tendo recuperado graças à partilha de experiências com outros dependentes da mesma substância.

A experiência que foi acumulando na sua vida privada é também uma lição para o que faz profissionalmente. “Estou a ficar velho. Mas acabamos por ganhar sabedoria, ainda que percamos poder físico. Mas tenho orgulho de aceitar o que faço e o que sou”.

Sobre a paternidade, Brad Pitt considera que a idade também pesa e que é essencial para compreender o seu próprio pai, que chegou a dar-lhe muitos ‘ralhetes’. “À medida que envelhecemos, acabamos por entendê-los mais, assim como a certos comportamentos que me magoaram quando era criança. Vejo o meu pai em tudo que faço, 100%. Sinto que quero ser ele, imitá-lo ou me rebelar contra a sua figura. O meu pai veio da pobreza, lutou para nos dar uma vida melhor do que a dele e conseguiu. Eu quero fazer o mesmo com meus filhos”, garante.

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