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Assessor de Joacine Katar Moreira reage à polémica sobre a saia

A. Oliveira
4 min leitura
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Manuel Luís Goucha recebeu na manhã desta terça-feira, 29 de outubro, Rafael Esteves Martins, o assessor de Joacine Katar Moreira que surpreendeu à chegada à Assembleia da República por ter utilizado uma saia. 

A imagem correu o ‘mundo da internet’ e contou com uma reação formal do assessor durante a emissão com Manuel Luís Goucha. “Quando, ontem, o Manel me ligou a dizer ‘vamos falar sobre isto’, eu disse-lhe que não posso ir falar sobre a minha escolha porque eu sou livre de escolher se ando de saias ou não ando de saias… Se eu pudesse ir nu, se calhar, ia nu”, começou por dizer.

“Quando me foi feito o convite, disse à Joacine: ‘Eu adoro fatos, mas não gosto de usar fato todos os dias. Há dias em que vou usar fatos, mas há dias em que não vou usar fatos’. Costumo [usar saia]. Dou aulas em saia, numa instituição que é mais antiga do que a Assembleia da República”, sublinhou, recordando que é leitor de Português na Universidade de Oxford, em Inglaterra.

Sobre a reação de Joacine à sua escolha para o primeiro dia, Rafael recoda que “disse à Joacine: ‘Entre outras coisas, eu visto saias. Espero que isso não seja um problema’. Ela disse-me logo: ‘Sem qualquer problema. E, se quiseres usar no primeiro dia, usas no primeiro dia’. Disse-lhe que ia fazer sombra… E ela disse: ‘Não fazes sombra nenhuma. Não há aqui problema nenhum. Tu és livre de fazer o que bem entenderes e aqui ninguém se mete nas escolhas de ninguém'”.

Já sobre se a escolha pela saia foi um ato vincadamente político, Rafael é peremptório e afirma que: “toda a roupa é política. […] É óbvio que, num país de certa forma conservador como Portugal, ver um homem na Assembleia da República sem qualquer poder a usar uma saia causa um efeito de estranhamento”.

Confrontado com as críticas de que foi alvo, Rafael Esteves Martins desvalorizou e mostrou-se bastante tranquilo, brincando com o facto de “atrás de um visor, toda a gente tem muitos músculos”.

O assessor foi ainda mais longe e recordou o caso do deputado do PSD, Duarte Pacheco, que surgiu em tronco nu na capa de uma revista, sem que tivesse havido tanto alvoroço como agora e acabou por deixar escapar uma crítica direta ao PS. “O que me choca verdadeiramente é, por exemplo, termos uma deputada eleita por Braga que mentiu acerca dos seus graus académicos, que mentiu acerca dos seus dados biográficos, por razões de natureza política, na sua juventude partidária. Ela está eleita no Parlamento, ela representa os portugueses e sobre isso ninguém fala”, atirou.

Voltando ao facto de não ter utilizado fato no primeiro dia, Rafael recorda que se ‘farta’ de “ver gente de fatos que manda fatos abaixo, que é corrupto, etc. Há deputados que fingem a sua presença no Parlamento e parece que ninguém se levanta contra isso – ou, se se levanta, não há mediatismo”.