O documentário da Netflix sobre o desaparecimento de Maddie McCann fez ressurgir as teorias construídas em torno do desaparecimento da menor de apenas três anos na praia da Luz (Lagos) em 2007.
A maioria coloca os pais no epicentro do furação e dão conta de que os mesmos estiveram envolvidos no desaparecimento da menor.
A primeira – a que é levantada pela produção do documentário -, segue a linha de raciocínio apresentada desde logo pelos pais da menor: o rapto.
A teoria é ampla e nela cabem vários cenários que vão desde uma ação de um pedófilo local a um casal sem filhos.
A primeira dá conta de que o pedófilo a levou do apartamento e depois a matou, enterrando ou escondendo o corpo. Aliás, o caso chegou a ser reaberto, na sequência de relatos e ataques em aldeamentos feitos durante anos a fio, tendo acabado por cair por terra pelo alegado pedófilo ter morrido.
A situação que coloca um casal sem filhos como alegados raptores chegou a ser levantada, tendo-se revelado falaciosa por Maddie estar com os seus dois irmãos mais novos na altura, o que garantiria uma resistência menor e uma menor probabilidade de um deles (mais tarde) saber que tinha sido raptado.
Outra explicação possível prende-se com a possibilidade de ter sido envolvida numa rede de tráfico infantil. Esta, mais robusta, chegou a ser analisada cuidadosamente pelos inspetores, uma vez que seria muito fácil o raptor passar a fronteira com Espanha e chegar a Marrocos sem que ainda tivesse sido montado o dispositivo de controlo fronteiriço. A teoria ganhou mais força, após ter sido feito um relato que dava conta de que a menor havia sido fotografada por um estranho na praia.
Foi equacionada a possibilidade de Maddie ter resistido a um assalto, que acabaria por matá-la. Em 2014, a polícia portuguesa chegou a interrogar alguns suspeitos, de forma a perceber se teriam alguma relação com o desaparecimento, tendo sido ilibados pela polícia portuguesa, mas não pela Scotland Yard. A polícia acredita que se fosse o caso do ladrão ter sido surpreendido pela menor, tendo-a matado, o mesmo teria deixado várias pistas.
A hipotese de, acidentalmente, a menor ter caído numa vala de uma obra é também equacionada. De acordo com os defensores dessa teoria, a menor terá acordado durante a noite, tendo aberto a porta de casa para procurar os pais, caindo de seguida dentro de uma vala que estava aberta para uma obra, sem que ninguém tivesse dado conta que a menor estava lá dentro. A polícia descartou também essa possibilidade, uma vez que a zona da obra era sombria, ao contrário da área próxima da piscina que estava toda iluminada, o que faria com que Maddie fosse para o espaço iluminado.
Um atropelamento. Esta foi outra teoria elaborada e que pressupunha que a menor tivesse sido atropelada na zona exterior ao Ocean Club, tendo o condutor – assustado – fugido com o corpo da menor para não sofrer as consequências pela morte da criança.
Já Gonçalo Amaral, ex inspetor da Polícia Judiciária, acredita que foram os pais que esconderam o corpo da menor que terá, alegadamente, morrido no apartamento onde estava alojada com a família. O antigo inspetor deixou-se convencer pela perícia dos cães pisteiros que detetaram odor a sangue e cadável, tanto no apartamento dos McCann como no carro.
