fbpx

António Raminhos: “Não se sintam culpados por repetirem mil vezes as mesmas perguntas”

"Acho que o objetivo final não é que sejamos âncoras uns dos outros, mas talvez farol."

Ana Ramos
3 min leitura
Instagram

António Raminhos partilhou, esta segunda-feira, nas redes sociais, uma reflexão sobre ansiedade e Perturbação Obsessiva-Compulsiva.

“Viver com alguém que lida com ansiedade ou uma Perturbação Obsessiva-Compulsiva (ou outra condição do género) pode ser muito cansativo. Muitas vezes, essas pessoas são as nossas âncoras”, começou por escrever no Instagram.

“A quem perguntamos mil vezes a mesma coisa para ouvir mil vezes a mesma resposta e mesmo assim não acreditar ou não servir de nada. É como um toxicodependente, uma espécie de chuto que traz um alívio momentâneo, mas passado pouco tempo já estamos a precisar de outro”, continuou António Raminhos.

“Esta semana tem sido um pouco assim da minha parte. Há aqui um trabalho que tem de ser feito pelos dois. No meu caso, a Catarina chamar-me à razão. Fazer-me saber que está a ouvir e ter a coragem de não estar sempre a dar-me a minha ‘droga’. Da minha parte ouvir essa razão e ter coragem para aceitar o desconforto e as regras do jogo, que não pedi para jogar, mas é o que é”, explicou António Raminhos.

“Este trabalho conjunto acontece porque eu procurei ajuda e porque até a Catarina foi ao meu psicólogo em tempos para saber como lidar. Há consciência envolvida no processo”, sublinhou António Raminhos.

No entanto, António Raminhos destacou outro ponto: “Mas mais importante, não se sintam culpados. Os que lidam connosco, não se sintam culpados por parecer que não conseguem ajudar ou que nada serve. E os que lidam com a ansiedade, medo e obsessões não se sintam culpados por repetirem mil vezes as mesmas perguntas ou cansarem os outros com a ‘vossa cabeça’”.

“Sejamos pragmáticos. Ninguém está exatamente na fase que gostaria de estar. Mais do que se sentirem culpados, falem sem medo e sem julgamento, conversem, abracem-se e sigam para mais um dia. Acho que o objetivo final não é que sejamos âncoras uns dos outros, mas talvez farol. Que possamos navegar sozinhos, mas saber onde está o limite e terra segura”, rematou António Raminhos.

Relacionado: