António Raminhos fez um desabafo, esta quarta-feira, nas redes sociais.
“Descobri que não sou perfeito. Não é que pensasse que era perfeito, mas ter a clara noção de que se errou ao longo do tempo, que se magoou alguém, que tivemos atitudes egoístas, que fomos injustos, que nos esquecemos do que há para além de nós pode trazer uma dor atroz”, começou por referir no Instagram.
“E quando se lida com ansiedade ou perturbação obsessivo-compulsiva essa dor vem com um batalhão de rancor, medo, remorsos, acusações, questões ‘e se’ que nos revisitam a cada segundo. A lembrar-nos de tudo o que fizemos, não fizemos, dissemos ou deixámos por dizer. O passado, sempre o passado”, continuou António Raminhos.
“E esquecemo-nos. Esquecemo-nos de quão bonito é olhar para trás e ver que já não somos aquela pessoa, por mais ínfima que seja a mudança. Que mais do que revisitar lugares que já ficaram perdidos e resolvidos, o essencial é compreender que se eu hoje sei que errei, é porque cresci o suficiente para entender isso mesmo”, afirmou António Raminhos.
“‘Se fosse hoje, não teria feito aquilo’. Sim, mas não foi hoje, foi noutro tempo com outro ‘eu’. Custa a aceitar, mas todos nós estamos a fazer a cada momento o melhor que sabemos. Não se trata de uma desculpa, porque há reconhecimento e trabalha-se para sermos mais”, acrescentou António Raminhos.
“Quando olhamos para todos os erros que já cometemos, qualquer que seja o desfecho, e não nos revemos neles, é como ganhar uma segunda vida. Então vivam essa vida que têm agora… é a vossa. Porque, daqui a uns tempos, vão olhar para o dia de hoje e compreender que já estão noutra história de novo”, concluiu António Raminhos.
“Como me disse a minha querida mulher, Catarina Raminhos: ‘na nossa vida cabem muitas vidas’”, rematou.
