A apresentadora de televisão Ana Lúcia Matos prestou um depoimento pautado pela emoção, mas o procurador não ficou convencido do seu grau de ingenuidade.
Ana Lúcia Matos não conteve a emoção durante o depoimento ao procurador. A apresentadora de televisão afirmou que o companheiro, Max Cardoso, não tinha bens em seu nome para não liquidar impostos em Portugal.
A comunicadora disse ainda ao juiz que não percebe nada de impostos, mas confessou de seguida que o companheiro fazia de tudo para fugir ao fisco. O casal comprou uma casa de luxo a pronto e um Porsche, mas nenhum dos bens ficou em nome de Max Cardoso. Ana Lúcia Matos justificou a decisão por o companheiro — com residência em França — não querer liquidar impostos em Portugal.
As declarações da apresentadora de televisão deixaram várias dúvidas ao procurador, segundo avança o “Correio da Manhã”, que no despacho de promoção das medidas de coação pediu ontem a prisão preventiva para seis dos 14 arguidos envolvidos neste esquema de fraude ao IVA. O procurador pede que Ana Lúcia Matos, que ficou em liberdade, fique proibida de contactos com outros arguidos e que informe o tribunal caso tencione fazer deslocações para fora do País.
No interrogatório, a apresentadora de televisão confessou que tem contas no estrangeiro e que os montantes que lá estão depositados podem ser resultados de crimes praticados pelo companheiro. Ana Lúcia Matos admitiu ainda que sabia que Max Cardoso já tinha sido condenado em França por fraude. Mais à frente, a comunicadora disse que nunca suspeitou da origem do dinheiro.
A investigação já conseguiu apurar que Max Cardoso utilizava duas identidades, sendo uma delas falsa. Tendo dois passaportes e dois números de contribuinte.
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