Ana Bola falou pela primeira vez sobre a morte da mãe. A atriz foi uma das convidadas do podcast da rádio Comercial, ‘Cada um Sabe de Si’, de Joana Azevedo e Diogo Beja.
A progenitora da atriz morreu no dia 20 de novembro, aos 95 anos e Ana Bola revela que regressou ao trabalho dois dias depois, no Teatro Sá da Bandeira, no Porto, com a peça Casal da Treta.
“A minha mãe morreu a uma quarta e, depois, foi cremada a uma quinta. Eu tinha espetáculo no Porto, mas, na sexta, fui fazer. E foi muito terapêutico. Foi muito, muito terapêutico. Ainda pensei: ‘Será que vou ser capaz?’. Mas, a partir do segundo em que se entra em palco, a vida cá fora acaba”, começou por contar.
“O certo é que o facto de ter ido fazer espetáculos em vez de me ter escondido a chorar fez-me muito bem. Depois chorei nos intervalos, como é óbvio. E continuo e continuarei a chorar com saudades dela”, desabafou.
Com a mãe doente há bastante tempo, a sua partida acabou por ser um choque. “Eu via-a em sofrimento já há tanto tempo que achava que era quase uma misericórdia que ela fosse, que ela adormecesse. E até esteve tempo demais a sofrer, o que não faz muito sentido no fim da vida. Mas enfim. E houve uma noite em que ela foi, adormeceu“, acrescentou.
“Pensei sempre que ia sentir algum alívio por ela, porque já era insuportável vê-la daquela maneira. No dia em que ela partiu, fiquei em estado de choque. Se me dissessem ‘Queres a tua mãe aqui outra vez, mesmo como ela estava?’, eu dizia ‘Quero!’. Isto é de um egoísmo atroz”, concluiu.
