Cristiano Ronaldo mandou construir uma “marquise” no duplex de luxo que tem na Rua Castilho, em Lisboa.
A “marquise” de Cristiano Ronaldo continua a dar que falar. O jornal Correio da Manhã noticiou que os vizinhos estão incomodados, Raminhos gozou a notícia, Katia Aveiro lamentou que tal tivesse sido noticiado e Georgina até já partilhou um vídeo no qual é possível ver a referida obra.
Entretanto, o arquiteto José Mateus, um dos fundadores do gabinete de arquitetura responsável pelo desenho do edifício, arrasou Ronaldo nas redes sociais e garantiu que o projeto não foi aprovado pela Câmara Municipal de Lisboa (CML).
Isto apesar de o jornal Correio da Manhã ter contactado a CML e apurado que o jogador não só pediu a construção da “marquise”, como esta foi aprovada.
Leia aqui as palavras de revolta de José Mateus:
«A admiração e respeito que tinha por Cristiano Ronaldo, um atleta exímio e inspirador, um exemplo para todos que muitas vezes referi perante os meus filhos e alunos, desmoronou-se num ápice.
Comprou um apartamento no edifício Castilho 203, cuja arquitetura foi desenhada pela ARX, atelier que fundei com o meu irmão Nuno em 1991 e que baseia o seu trabalho, tal como CR7, numa dedicação extrema, níveis de exigência altíssimos, trabalho diário duríssimo.
Assistir ao desrespeito e à conspurcação de forma ignóbil do nosso trabalho, da nossa arquitetura, sem ter cumulativamente a anuência dos arquitetos, dos vizinhos e sem projeto aprovado pela CML, construindo à bela “maneira antiga” uma marquise no coroamento do edifício, é algo a que não vou assistir parado.
Há cultura, há autorias, há regras, há respeito pelos outros e pelo trabalho dos outros, há civismo, há princípios que não admito que sejam atropelados. Seja por quem for.
Inúmeras vezes vibrei com a arte de CR7, emocionei-me com os seus golos extraordinários. Hoje marcou um autogolo, aquele que me ficará gravado para sempre, na minha arquitetura, e sob a forma de um profundo desprezo».