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A lutar contra um cancro, Isaura faz apelo tocante: “Não custa assim tanto ser cívico”

A Televisão
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Isaura recorreu às redes sociais para fazer um apelo a todos os portugueses. A vencedora do Festival RTP da Canção de 2018 está a lugar contra um cancro da mama e não ficou indiferente aos comportamentos dos portugueses nos últimos dias.

Não vos consigo explicar o que sente quando se está a lutar pela vida com unhas e dentes e se vê determinados comportamentos com os quais temos de coexistir em impotência. Senti-me inundada por perguntas a primeira vez que saí de uma sessão de quimioterapia e fui bafejada em tabaco alheio precisamente à porta; senti-me zangada por tentar caminhar na cidade universitária cheia de efeitos secundários e a recuperar de um hemopneurotorax uns dias antes (afinal o meu cartoon sobre o implantofix e deixarem-me cair era uma premonição ao estilo Simpsons) e não conseguir sentir oxigénio no ar, só uma coisa turva e densa que vem da segunda circular; senti-me incrédula já várias vezes na estrada com condutores que claramente se estão a borrifar para a possibilidade de mandarem com a cara num muro impenetrável.”, começou por escrever.

“Estamos a viver um momento difícil e é difícil para todos e cada um lida com as coisas à sua maneira; mas não podia deixar de vos vir lembrar que pacientes oncológicos (com o sistema imunitário altamente comprometido), pessoas com doenças cardiovasculares e pessoas com doenças do foro respiratório – para além de todos aqueles que estão numa faixa etária avançada e ou que possam ter outras complicações que não referi – devem ter vomitado um bocadinho quando viram as fotografias do Cais Sodré de ontem à noite. Não custa assim tanto ser cívico e um bocadinho fraternal; e se mesmo assim isso for demasiado sejam só egoístas e protejam-se a vocês mesmos porque infelizmente não há garantias absolutas de como o vosso organismo vai reagir a este coronavirus. (Nota: usei esta fotografia de um cabelo lindo de morrer, pelada, lindo de morrer, pelada e pelada na esperança de que mais pessoas parassem para ler. Porque o mais importante não é o meu cabelo ou falta dele de momento – caso este post seja replicado algures por aí – o importante é estar toda a gente em casa. Não é assim tão difícil)”, concluiu.

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