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História com programação especial: Revolução Dos Cravos

Pedro Vendeira
10 min leitura

Historia

O História, estreia de 22 a 26 de Abril, um especial sobre a Revolução dos Cravos.

A Revolução dos Cravos foi o movimento que derrubou o regime salazarista em Portugal, em 1974, de forma a estabelecer as liberdades democráticas e promover transformações sociais no país.

Para celebrar este momento tão importante o História preparou um especial de programação portuguesa que poderá assistir todas as noites, pelas 21h05.

14 Anos, Tantas Vidas

No rescaldo da II Guerra Mundial, o domínio colonial das potências europeias sobre os territórios africanos e asiáticos começa a ser posto em causa. Um forte movimento ideológico e político, os Não Alinhados, surge para que todos os territórios ocupados se tornem independentes. Em 1961, Portugal perde a sua primeira parcela: o Estado Português da Índia, apesar da irredutibilidade de Salazar para negociar uma solução que satisfizesse ambas as partes. Extremado nas suas posições, escreve a Vassalo e Silva que “só aceitará soldados e marinheiros vitoriosos ou mortos”. Esta atitude de desprezo pela vida humana repete-se quando em Angola começaram a surgir os mesmos sentires de Libertação. A 4 de Fevereiro de 1961, a revolta em Luanda, com ataques à Casa de Reclusão, ao Quartel da Polícia e à Emissora Nacional, marca o início da Luta Armada em Angola. Mais tarde, novos ataques levam Salazar a falar novamente aos militares, e ao povo português: “Para Angola, rapidamente e em força”. Mais uma vez a diplomacia era posta de parte. A frase que pronunciou enviou para uma guerra longínqua, num território que era juridicamente português, mas desconhecido, um milhão de soldados em treze anos. Durante esse intervalo de tempo um país pequeno, ruralizado, com muitos analfabetos e fechado sobre si mesmo, manteve três frentes de combate a mais de seis mil quilómetros. Para muitos combatentes, África era um território seu que se aprendia nos livros da escola primária e dos efeitos da Guerra, pouco se falava. Mas quando começaram a chegar os estropiados, e quando as cerimónias do 10 de Junho trouxeram condecorações pós-mortes, a opinião sobre guerra foi-se alterando, embora lentamente. A guerra ia, ano após ano, modificando as vidas daqueles que por ela passavam, direta ou indiretamente. Até Abril de 74, data em que se assinala o princípio da retirada das tropas portuguesas que até Novembro de 75 ainda sofrerão mais de quatro centenas de mortos.

Segunda-feira 22, 21:05h Repetição: Terça-feira 23, 04h11:35h/ 16:45h.

A República Portuguesa

Em Portugal não há memória de outro sistema político para além dos republicanos. A monarquia caiu há 103 anos e, desde então, os homens de sangue azul não voltaram a controlar a nação. Mas antes de 5 de Outubro de 1910, o poder da realeza em Portugal via-se gravemente ameaçado, a 1 de Fevereiro de 1908 por exemplo, o Rei Carlos e o príncipe D. Luís foram assassinados em Lisboa. Os dois anos seguintes foram de liderança débil, dirigidos por D. Manuel, que provavelmente nunca pensou assumir o trono e muito menos numa idade tão jovem. Este momento sangrento é o ponto de partida para este documentário. Num momento em que a porta está aberta para a mudança permanente. Porque caiu a monarquia e como se estabeleceu um regime republicano que mantinha quase todos os vícios da monarquia? As respostas são dadas pelas personagens principais deste drama. Basear-nos-emos no testemunho dos descendentes dos primeiros presidentes da República e também no dos últimos chefes de Estado. Cada um à sua maneira irá ajudar-nos a compreender as três etapas diferentes do exercício do poder. Ajudar-nos-á a analisar a instabilidade da primeira etapa Republicana, a ditadura da segunda, e a estabilidade conseguida na terceira fase.

Terça-feira 23, 21:05h | Repetição: Quarta-feira 24, 04h/ 11:35h/ 16:45h.

Revolução Estudantil De Coimbra

Ex.º Senhor Presidente da República, dá-me licença que use da palavra nesta cerimônia em nome dos estudantes da Universidade de Coimbra?” O pedido foi feito por Alberto Martins, então presidente da Associação Acadêmica de Coimbra, ao Presidente Américo Tomaz. A palavra foi-lhe negada e a cerimônia terminou. Estávamos a 17 de Abril de 1969 e o dia tornar-se-ia histórico para os estudantes universitários de Coimbra e para todos os portugueses. Aquela simples cerimônia de inauguração do Edifício das matemáticas da Universidade de Coimbra, transformou-se num dos momentos mais importantes na resistência à ditadura. A recusa das autoridades em ouvir os estudantes acendeu um rastilho de indignação que acabaria por mergulhar Coimbra num estado generalizado de desobediência cívica. As tradicionais receitas repressivas do Estado para controlar a revolta não só falharam, como ainda serviram para reforçar a unidade estudantil sob o domínio da esquerda, contra a direita fascista. O que aconteceu aos estudantes de antão? Como vêem o presente e adivinham o futuro? Procuramos nas fotografias e nos relatos da época quem foram os protagonistas desde episódio, e hoje, vamos reencontrá-los para ouvir, na primeira pessoa, os relatos de um episódio que mudou a História de Portugal. Quarenta anos depois, pretendemos recordar um tempo de censura e de vozes silenciadas, mas queremos também mostrar que esse foi ainda um tempo de coragem e de determinação em que jovens estudantes sonhadores lutaram contra os poderes instituídos para que o país conquistasse um dos bens mais elementares do indivíduo: A LIBERDADE.

Quarta-feira 24, 21:05h | Repetição: Quinta-feira 25, 04h/ 11:35h/ 16:45h.

25 Minutos De Uma Revolução

O dia 25 de Abril de 1974 ditou o fim da ditadura e o início de um país livre, democrático e sem repressões. Uma operação levada a cabo por um grupo de militares portugueses que ousaram desafiar o regime, escrevendo uma das páginas mais marcantes da história de um país. Um dia incontornável para Portugal que, agora, será revisitado pela voz de muitos dos que trouxerem para a rua a Revolução dos Cravos.

Quinta-feira 25, 21:05h Repetição: Sexta-feira 26, 04h/ 11:35h/ 16:45h.

O Ultimo Dia Da Revolução

No Verão de 1975 pairavam sobre Portugal um desconforto e uma tensão latentes. A seguir à euforia vivida em 1974, vinham agora as verdadeiras revoltas. Multiplicavam-se as greves e as manifestações. As relações entre as pessoas deterioravam-se. O Verão de 1975 é marcado por ataques às sedes dos partidos políticos, principalmente as do PCP situadas no Norte. No Sul, Alentejo, muitas terras e habitações foram ocupadas pelos trabalhadores rurais que procuravam uma melhor forma de subsistência. Na cidade de Lisboa um grupo de feministas fez uma manifestação e queimou: tachos, panelas e soutiens, símbolos da antiga forma como as mulheres eram vistas. A 12 de Novembro um grupo de trabalhadores cerca a Assembleia da República com os deputados lá dentro.

Quando estes saem, ao fim de algumas horas de clausura, são apupados à porta. Todos, menos os deputados do PCP. Os militares estão atentos a este sinal. A 5ª Divisão do Estado-Maior das Forças Armadas publica no seu boletim oficial: “Queremos o Socialismo, sim…mas não o da Suécia, da Noruega ou da Holanda….O Socialismo que queremos é o da RDA, da Polónia, Bulgária, Roménia…” Esta sucessão de episódios vai acelerar o desfecho do Período Revolucionário em Curso, e a 25 de Novembro as tropas estão de novo nas ruas, mas não todas do mesmo lado. Dois entendimentos diferentes de Liberdade e de Democracia confrontam-se no Portugal de 1975. Neste confronto existe a possibilidade de Portugal, membro fundador da Nato, entrar para a lista dos países comunistas. No lado de lá do Oceano, os Americanos assistem apreensivos ao desenrolar dos acontecimentos. Chega a colocar-se a hipótese de invadir o país. Será que sim? Ou será que não foi nada assim? O PCP avançou para o conflito? Ou temeu a Guerra Civil? Porquê? Será que a Espanha pensou em dominar a “desordem” no país vizinho, sobretudo depois da vandalização da sua Embaixada? Estas são as questões que queremos ver esclarecidas. Para o fim deixamos a hipótese: e se em 25 Novembro de 1975 Portugal se tivesse tornado num país comunista, aliado da URSS? Como seria a Diplomacia nos últimos anos da Guerra-Fria?

Sexta-feira 26, 21:05h Repetição: Sábado 27, 04 h/ 16:45h.

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Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com