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“GULAG”: HISTÓRIA desvenda campos de concentração soviéticos

Diana Casanova
5 min leitura

Um dos principais feitos históricos, humanos, políticos e económicos do século XX foi o Gulag. Atualmente, este sistema extremamente rigoroso de campos de concentração soviéticos continua a ser grandemente desconhecido.

O canal HISTÓRIA estreia, a partir desta noite, às 22h15“Gulag”, uma série que faz parte da programação especial do 20º aniversário do canal, na qual se narra o seu funcionamento desde a Revolução Russa até à era Gorbachov, passando pela guerra civil, o Grande Terror, a Segunda Guerra Mundial, a Guerra Fria e a morte de Estaline.

Através das experiências únicas de inúmeros protagonistas, tanto carrascos como vítimas, esta série desvenda a história do Gulag com fontes documentais inéditas e a ajuda de reconhecidos historiadores e especialistas como Nicolas Werth.

As condições a que os prisioneiros estavam sujeitos no Gulag eram brutais: muitos morreram de fome, doença ou exaustão, outros foram simplesmente executados. As atrocidades deste sistema tiveram um impacto enorme que ainda hoje se faz sentir na sociedade russa.

“Gulag” tenta compreender como e por que razão a URSS criou este sistema de campos de trabalhos forçados no qual 20 milhões de prisioneiros foram barbaramente explorados.

Conheça, de seguida, as sinopses dos episódios a serem exibidos pelo canal HISTÓRIA.

Quarta, 27 de novembro, às 22h15:

Episódio 1 – Origens

Os primeiros campos de concentração foram criados em 1918, alguns meses depois da revolução de outubro. O novo regime bolchevique queria livrar-se dos opositores políticos e reeducar os chamados “elementos associais” através do trabalho. A primeira experiência em grande escala decorreu no arquipélago de Solovki: milhares de presos políticos e pessoas comuns, homens e mulheres, foram escravizados em condições desumanas. Depois de morte de Lenine em 1922, Estaline sobe ao poder e dá ordens para a rápida industrialização do país, assim como a coletivização das terras, o que provocou fomes e morte. Os gigantescos campos de trabalho e extermínio foram estabelecidos nas zonas mais remotas, como Kolimá, na Sibéria. A GPU, a Polícia política do Partido Comunista, que tinha como missão purgar e regenerar a população, enviou centenas de milhares de russos para estes campos, para participarem na construção do Socialismo.

Quarta, 27 de novembro, às 23h10:

Episódio 2 – Proliferação

Aclamado no XVII Congresso do Partido Comunista em 1934, Estaline põe em marcha os campos do canal Volga-Moscovo e manda construir uma nova via férrea transiberiana. A NKVD, que veio substituir a GPU, multiplica a criação de campos e transforma o Gulag numa verdadeira indústria penitenciária. O número de presos já ultrapassava o milhão em 1935. Os julgamentos de Moscovo, que eram a montra do Grande Terror, escondiam a repressão exercida sobre a sociedade soviética. As execuções em massa e as detenções arbitrárias multiplicavam-se. Em janeiro de 1939, no Gulag, já trabalhavam dois milhões de presos. A 22 de junho de 1941, a Alemanha ataca a União Soviética…
Em 1942, as condições no Gulag eram deploráveis, e a fome e as doenças arrasaram a população reclusa. Em 1945, apesar da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, o arquipélago do Gulag, fornecedor de matérias-primas essenciais, continua o seu desenvolvimento.

Quinta, 28 de novembro, à 00h10:

Episódio 3 – Apogeu e a Agonia

Os presos e a população dos novos territórios ocupados no Leste, como os Polacos, foram considerados suspeitos de anti-Sovietismo e muitos foram enviados para os campos. A situação das mulheres, que representavam uma quarta parte dos detidos, era dramática… Nos finais da década de 1940, dois milhões de prisioneiros apinhavam-se nos campos, em condições de sobrevivência extrema, o que, pouco a pouco, viria a conduzir a um decréscimo da rentabilidade económica. A 5 de março de 1953, com a morte de Estaline, deu-se início à política do “desgelo”, tendo sido libertado um milhão de presos. Em 1956, Jruschov denunciou os crimes de Estaline, o que provocou uma grande comoção por todo o país. O Gulag começa a desaparecer…

Em 1973, foi publicado o ensaio intitulado “O Arquipélago Gulag” da autoria de Alexandr Solzhenitsyn, cuja repercussão internacional acabaria por derrubar o muro da indiferença. Depois da queda do Comunismo, Moscovo quis virar a páginas e as marcas do Gulag começam a ser apagadas gradualmente da paisagem e da memória do povo russo…

Redatora e cronista