Os canais por cabo registaram, em julho, a maior audiência de sempre, aumentando o fosso para os canais generalistas. De acordo com dados da GFK, o cabo registou uma audiência média de 32,1% de share. Mais 10,6 pontos percentuais do que a TVI, a estação lÃder em sinal aberto que teve, no mês passado, o seu pior desempenho desde 2000. Nunca o fosso entre televisão por subscrição e generalistas foi tão grande.
«Este aumento do consumo do cabo deve-se, em larga medida, ao número de lares com televisão por subscrição [83,5% das famÃlias, de acordo com a Autoridade Nacional de Comunicações] continuar a aumentar», explicou Manuel Falcão, diretor-geral da agência de meios Nova Expressão, ao Correio da Manhã. «Isto significa que há uma maior disponibilidade para ver outro tipo de conteúdos que não os tradicionalmente oferecidos pelos canais em sinal aberto», acrescentou. Segundo Manuel Falcão, esta é uma tendência que se verifica a nÃvel mundial e além disso, diz, «a oferta do cabo no nosso paÃs tem muita qualidade e diversidade».
Os canais em sinal aberto representam ainda, no seu conjunto, dois terços do mercado televisivo em Portugal. No entanto, estão a perder cada vez mais terreno para os canais de especialidade. Para Fernando Sobral, jornalista e crÃtico de TV, será difÃcil inverter esta tendência. O crÃtico acredita que será necessário «procurar inovar sempre algo, tendo em consideração que [as generalistas] têm de oferecer o mÃnimo denominador comum de programas que atraiam maiorias e não minorias, como pode fazer o cabo».