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«Amour»

A Televisão
3 min leitura

Cine Opiniao 2012

O mais recente filme do realizador Michael Haneke, tão aclamado pela critica é hoje o alvo do Cine-Opinião desta semana, o primeiro de 2013. E como é sempre bom começar em grande, «Amour» é um verdadeiro hino à sétima arte e ao que o cinema se propôs com a sua invenção, o puro entretenimento ao serviço de um ou mais causas.

Quem conhece o trabalho de Haneke deve preparar-se como se de uma tragédia se tratasse. é que afinal de contas «Amour» promete misturar dois dos temas muito sensíveis como o amor e a morte. A trama traz-nos a história de dois idosos octogenários a gozar a sua velhice.  E é após um acontecimento inusitado que ‘Anne’, sofre um derrame ou acidente vascular que a deixa  por algum tempo paralisada e sem noção da realidade. ‘George’, o marido dedicado,  procura manter e calma e sem ter tempo de perceber o sucedido vê-se obrigado a levar a esposa ao médico. «Amour» traz ainda a este casal uma filha distante que procura à sua maneira ajudar os pais de quem sempre viveu afastada. As cenas todas bem encadeadas mas com algum tempo de duração algo exacerbado, trazem a notícia  de que o estado de ‘Anne’  é grave e a doença degenerativa a conduzirá lentamente à  morte.  E é assim que , o amor é posto a prova.

O seu poder da história é cativante e nas representações de dos veteranos Jean-Louis Trintignant e Emmanuelle Riva que todo o portento do filme se encontra. «Amour» não atingiria metade do seu sucesso sem a dupla e é mesmo ao desempenho de Emmanuelle Riva que merece tantos elogios quanto o trabalho de Haneke.

Realista mas frio e analítico, o toque de midas de Haneke que nos traz uma trama perturbadora algo indigesta para os mais sensíveis  Mais do que uma história de amor, «Amour» é uma lição de vida e uma prova de que «Até que a morte nos separe»,não está ao alcance de todos nem da força de vontade.

Haneke desarma logo os telespetadores e mostra que os finais felizes são só para os filmes que não os dele. A primeira cena retira logo toda e qualquer esperança de esta história poderia acabar bem e que não veio de falinhas mansas.

É difícil de «Amour» sem percorrer alguns dos caminhos pelos quais o filme nos leva as sensações que no conduz, mas deixo toda e qualquer sensação para os que ainda não viram, esta forte produção, este turbilhão de sentimentos que «Amour» do alto do seu circuito alternativo de cinema poderá proporcionar ao que a estas lides estão mais distraídos.

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