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Serviço Público: Palavras repetidas ao expoente da loucura

A Televisão
3 min leitura

As discussões bacocas que envolvem as palavras serviço público nasceram antes mesmo das notícias que dão conta das intenções do governo de privatizar a RTP e mais recentemente de a concessionar por uma bagatela. As palavras multiplicadas vezes sem conta são reproduzidas nos mais diversos cenários e sob a batuta dos mais diversos intervenientes. Cafés, jornais, espaços noticiosos televisivos, ao jantar, ao almoço, no emprego ou na faculdade, seja onde for, todos têm opinião sobre o tal serviço público que vem consignado na Constituição da República, mas poucos ou nenhuns têm preparação para o fazer ou sabem definir o serviço público de televisão. Ainda que não conheça o perfil de todos os que neste debate participam, parece-me óbvio que se contam pelos dedos das mãos os que de facto, para tal discussão, estão preparados. É que trabalhar na televisão do Estado não dá legitimidade ou qualifica quem quer que seja em especialista. Muito menos o argumento moralista de que é o contribuinte que paga passa atestados de competência para a discussão.

Mas o que é afinal o serviço público? Que estudos e conhecimentos o definem? Serão os modelos existentes e os perfis de audiências já identificados suficientes para o definirem? Ou cairá por terra esta discussão por faltarem em Portugal líderes políticos que não vejam na RTP um veículo de poder ou a carteira do pai esquecida em casa da qual podem tirar o dinheiro que querem quando lhes apetece?

A morte anunciada da RTP2, é o espelho de um país onde as verbas que se gastam são demasiadas altas para, perante tal cenário, se passar ao lado das vozes que as defendem.Do serviço público, dizem os manuais, pode-se esperar diversidade. Mas onde encaixa o mimetismo de alguns géneros televisivos que já se encontram no privado? Adivinhar preços de eletrodomésticos ou programas de debate estéril não podem assentar na base da diversidade.Pensar na RTP como uma empresa e nos seus espetadores como clientes é condenar qualquer negócio ao fracasso e o futuro proprietário à insolvência.

O que a RTP precisa é de todos nós, juntos, a lutar contra uma televisão retalhada, onde exista uma missão cívica, pois para negociatas desvantajosas já chegam os outros.

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