Padre há 30 anos, José Luís Borga confessa que esta Páscoa terá um sabor diferente e que é a mais verdadeira que está a viver. Porém, afirma que esta época difícil para Portugal e para o mundo deve “ser olhada como uma lição”.
“Páscoa quer dizer passagem. E precisamos de fazer uma Páscoa. Passar deste mundo que estava distraído e apenas a viver da sua diversão, para nos convertermos num mundo em que, de facto, somos responsáveis uns pelos outros, cuidamos, e não se anda aqui a aproveitar dos outros”, começou por dizer à TV7 Dias.
Neste momento, está em recolhido e a respeitar as distâncias. “Para nós, padres, isto não é de todo tão difícil como para aqueles que têm família, postos de trabalho em risco e filhos em casa para educar”, afirma, acrescentando que o facto de não ter família, neste caso, dá-lhe mais tranquilidade.
“Enquanto uns se preocupam com a sua família, nós, padres, preocupamo-nos com muitas famílias. Mas estamos preparados para viver de uma forma mais espiritual estas coisas, o que nos dá alguma esperança”, acrescenta. Não deixa de lamentar não poder viver a Páscoa com a sua comunidade e os tempos de dificuldade que se avizinham. “É das pessoas que sinto mais falta, porque Deus toda a gente tem”, confidencia.
o pároco da Chamusca informa que só teve um caso detetado na sua paróquia e que nunca fez tão poucos funerais como agora. Contudo, não deixa de lamentar o que está a acontecer em outros locais, em que a família nem consegue se despedir dos seus entes queridos.