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«Salvei a TVI», diz Júlio Magalhães

A Televisão
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Júlio Magalhães abandonou, este mês, a TVI (apesar de continuar a colaborar com a estação, onde aos domingos mantém a sua habitual entrevista ao professor Marcelo Rebelo de Sousa), para ser o novo Diretor-geral do Porto Canal. Agora que saiu da estação de Queluz de Baixo, o jornalista recorda um dos tempos mais difíceis da redação da TVI: o ano de 2009, quando José Eduardo Moniz abandonou a estação e Júlio Magalhães assumiu o cargo de Diretor de Informação.

Antes de assumir o cargo, «Pensei recusar porque a minha família estava irredutível, mas sabia que recusar era um risco enorme, assim como era um risco enorme aceitar. Telefonei ao José Carlos Castro, convidei-o a fazer parte da equipa mas sempre lhe disse que ia a prazo.», diz Júlio Magalhães ao Jornal de Notícias. Mas aceitou o convite, assumiu o cargo e quando chegou à redação da estação encontrou um ambiente «De guerra civil. Era um PREC, uns contra os outros. A fação a favor das pessoas que tinham saído versus a fação contra as pessoas que tinham saído. Todos os dias havia notícias nos jornais. Os dois lados plantavam-nas. Havia incompatibilidades insolúveis e eu era o único elo de ligação entre eles. Muitos aconselhavam-me a ir pela via da rutura.Queriam que despedisse dois ou três para mostrar que era líder. Achei que não devia ir por aí.», conta, recordando que «Os três primeiros meses foram um inferno. Acordava às sete da manhã e já tinha pessoas ao telefone a queixarem-se. Tudo o que se passava lá dentro saía no jornal. Usei sempre duas frases. Uma, «agradar a gregos e a troianos»; outra, «estou aqui a prazo». Fui encontrando forma de agradar a todos, mesmo aos que tiveram quebras de lealdade. Não comigo, mas com a empresa. O José Eduardo Moniz liderava muito bem a TVI e tinha um grupo de amigos restrito. Esse grupo partiu-se. As fações tomaram conta da redação.». Mas voltou a haver ordem quando «Um pouco depois, chamei algumas daquelas pessoas e disse-lhes que se aquilo continuasse eu regressava ao Porto.E as pessoas tiveram medo. Tenho a noção, hoje, de que salvei a TVI. Consegui o consenso. Conto pelos dedos os que, hoje, não gostam de mim.».

A sua saída definitiva da TVI pode acontecer antes do fim do primeiro semestre deste ano, quando terminar o contrato do professor Marcelo Rebelo de Sousa. Entretanto, nesta fase em que se colocou à frente do Porto Canal, «Saí da TVI com uma despedida de quatrocentas pessoas. Acho que compensa sermos amigos das pessoas.», desabafou.

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