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“Equador” agita cidade brasileira

A Televisão
5 min leitura

As gravações da série “Equador”, adaptação para televisão do livro com o mesmo nome de Miguel Sousa Tavares, estão a decorrer em Cachoeira, no estado da Bahia, no Brasil. Depois de duas visitas de reconhecimento feitas pela TVI àquela cidade, eis que chegaram as gravações.

Cachoeira é uma cidade que fica a 110 Km de Salvador, onde portugueses e baianos se juntam em “Equador”, uma produção da TVI.

Quando a série estrear na televisão, os portugueses verão a história a ambientar-se em S. Tomé e Príncipe e as gravações foram feitas naquela cidade brasileira. Dos 26 capítulos, cerca de 50% serão gravados em Cachoeira, enquanto que os outros 50% serão gravados no Rio de Janeiro, em Jodhpur (Índia) e em Portugal. A escolha pelas cidades brasileiras deve-se, segundo revelou a produtora Mafalda Gonçalves ao “24 Horas”, aos edifícios arquitectónicos em excelente estado de preservação, o que não foi possível encontrar em S. Tomé. E o realizador da série, André Cerqueira, conta “A preparação começou há um ano. Para nós, era importante termos os sítios reais, tal e qual como estavam descritos no livro. Começámos pela Índia, pois já tínhamos alguns contactos estabelecidos desde a produção de “Fascínios”. Ao Brasil fizemos duas visitas de reconhecimento. Na primeira fui eu juntamente com os produtores locais, na segunda foi o director de Arte, o director de Fotografia, a produção portuguesa e brasileira. ‘Encontrámos’ a Cachoeira numa visita técnica à Bahia. Foi escolhida porque nos dá as cores e a grandiosidade que tínhamos decidido para S. Tomé.”, recorda.

O que se fez naquela cidade brasileira, a nível local, foram meras adaptações, ou seja, não se fizeram grandes obras, apenas alguns retoques, já que o município tem bem conservados os casarios coloniais. A produção alugou, também, alguns imóveis antigos no centro da cidade, equipamentos e outros adereços, indispensáveis para retractar a época em que se passa a história. Cavalos, charretes e objectos que compõem a decoração estão a ser comprados ou alugados aos moradores de Cachoeira. “Apenas os figurinos e o equipamento técnico foram levados de Portugal.”, diz André Cerqueira.

O comércio e o turismo estão em alta e os moradores estão felizes. “Todos estão muito satisfeitos.”, diz Mafalda. Este sentimento é, também, transmitido por João de Moraes Filho, secretário de Turismo e Cultura da cidade, que diz que “O saldo é positivo. A chegada deles revitalizou a cidade e despertou a curiosidade do turista. Isso só potencializa a nossa intenção de transformar Cachoeira num grande centro turístico. Além de gerar uma série de empregos.”.

Cerca de 300 pessoas trabalham na série, entre técnicos, assistentes, maquilhadores e actores (cerca de 40 que ocuparam as pousadas). Foram contratadas costureiras, marceneiros, pedreiros, cozinheiras e toda a mão-de-obra necessária. Cerca de 3 mil figurantes, que são os moradores da cidade, participam nas gravações.

O que faltou em terras brasileiras foi o escritor do livro que inspirou a série, Miguel Sousa Tavares. O escritor, que fez uma participação especial na série, gravou apenas em Portugal. Actores como Maria João Bastos, Luís Filipe Duarte e Marco D’Almeida, os protagonistas, bem como Joana Solnado, Paulo Pires, Alexandra Lencastre, Nuno Melo ou Paula Lobo Antunes viajaram para o Brasil para gravar a série.

A produção está centrada em quatro locais internos e duas praças, além das gravações na Santa Casa de Misericórdia, Câmara Municipal, Conjunto Histórico da Praça da Aclamação e Praça 25 de Junho. Reconhecida como Monumento Histórico Nacional, Cachoeira foi a primeira cidade a proclamar a sua independência, em 1822, no ano da chegada da família real ao Brasil. Construída pelos africanos, mão-de-obra da época, a sua arquitectura segue o estilo barroco e evidencia o período joanino.

Maria João Bastos nas gravações da série em Cachoeira.

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