A comissão de Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ) instaurou um processo disciplinar contra a jornalista da TVI, Ana Leal, pela sua reportagem 1 hora e 35 minutos no seguimento de uma queixa apresentada por mais de uma dezena de hospitais. O parecer favorável da CCPJ permitiu o arquivamento do processo, mas as queixas seguiram para outras instâncias e aguardam desenvolvimento.
Em causa está a reportagem da jornalista que denuncia a falta de condições nas urgências de 15 hospitais portugueses, através da recolha de imagens com câmara oculta. A CCPJ instaurou um processo por possÃvel violação do Estatuto do Jornalista, no que se refere à recolha de imagens e sons como recurso a meios não autorizados. Após deliberação, a Comissão de Carteira considerou que «não havia violação de nenhuma norma» e que as imagens «preservavam a integridade dos doentes e mostravam uma realidade de interesse público», comunicou a CCPJ ao Correio da Manhã.
Ana Leal tomou conhecimento do caso e diz que «nunca lhe passaria [pela cabeça] outro desfecho senão o seu arquivamento», apesar de desconhecer qualquer processo disciplinar. O Ministério Público recusou reagir ao arquivamento do processo, mas adiantou ao jornal do grupo Cofina que «as queixas seguiram para outras instâncias reguladoras e judiciais, como o Ministério Público».
