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Pedro Abrunhosa comenta ausência de música portuguesa no «Ídolos»

A Televisão
3 min leitura

A discussão não é de agora e em cada edição do programa da SIC é colocada na ordem do dia. Como não podia deixar de ser, e depois de uma primeira gala em que apenas um concorrente cantou em português, Pedro Abrunhosa, em conversa com A Televisão falou sobre a ausência de mais escolhas dos concorrentes por temas nacionais.

“Estes concorrentes pertencem a uma geração cujos pais já ouviram o discurso de que Portugal desistiu e, portanto, são concorrentes que, eles próprios têm uma, eu não diria ignorância sobre a realidade cultural nacional, para não dizer política e etc, mas cultural, em relação aos escritores, aos compositores, em relação à própria geografia e em relação à música, porque eles são a emergente geração que já provém de um discurso da falência do país.”, começa por dizer o jurado, acrescentando que “noto enquanto músico, em cima do palco, e não estou sozinho nisto, que há uma cada vez maior projeção desta geração em programas de televisão americanos, em conceitos de moda americanos, do que o defendo, isto é altamente preocupante para uma identidade europeia e portuguesa. É isso que está em causa aqui. Não é a música portuguesa que está em causa. Está em causa o sistema em si. Está em causa o sistema de a própria linguagem com que os políticos têm sabido levar um certo discurso derrotista.”

O cantor é ainda da opinião de que “a grande questão está naquilo que está no interior, na linguagem em português. E isso foi dito várias vezes aos concorrentes. Por várias vezes perguntei aos concorrentes para que país eles julgavam que estavam a fazer uma audição, por inúmeras vezes, os concorrentes não sabia nenhuma canção em português. Como se nós não tivéssemos cancioneiro. Como se não tivéssemos tido um Zeca, um Fausto e um Palma e uns Xutos, e etc. Não sabiam uma única canção.”, acusa. “E foram concorrer, fazer uma audição para um Ídolos. Mas de que país é que eles são? Se tornarem Ídolos a quem é que eles vão vender discos se eles próprios renegam de onde provêm? Vão ser Ídolos para Nova Iorque directamente?”, questiona. Na opinião de Pedro Abrunhosa esta “é uma questão política, sociológica e cultural. Não tem a ver com o concurso. E nós estamos a combater isso no discurso pedagógico com eles e a tentar, de alguma forma, e como o Manuel diz durante as galas e as audições, quando eles são chamados a cantar em português é que se revelam o verdadeiro cantor que está dentro deles, porque o português é muito mais complicado de defender. Muito mais.”, finalizou.

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