No sangue português correm sangues de outros povos. A Talassemia e a Drepanocitose são duas doenças deixadas pelos povos árabes e pelos escravos africanos, respectivamente.
Há 1300 anos…quando os árabes conquistaram a Península Ibérica trouxeram com eles um traço genético que, passados tantos séculos, permanece no sangue de muitos portugueses – o traço talassémico.
Inofensivo, silencioso e apenas detetável com análise genética, o traço só se manifesta quando um portador se cruza com outro, dando origem a crianças portadoras de Talassemia, uma anemia crónica que pode provocar a morte prematura.
Séculos mais tarde, as levas de escravos africanos trazidas para trabalharem nos campos agrícolas das bacias do Tejo e do Sado deixaram por cá outro traço genético – o drepanócito – que, tal como o talassémico, uma vez cruzado com o drepanócito de outro portador, pode resultar numa criança vítima da drepanocitose: uma mal formação dos glóbulos vermelhos que ao invés de nascerem em forma côncava, nascem em forma de meia-lua, sendo a causa de falhas graves no crescimento e de crises de dor profunda.
Em 2003, a SIC retratou essas doenças e agora, nove anos mais tarde, o ‘Perdido e Achados’ foi ao encontro dos jovens que foram vítimas do sangue dos seus antepassados.
Sábado, dia 10 de novembro, no ‹‹Jornal da Noite››