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O Protagonista do Ano (julho)

A Televisão
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Oprotagonistadoano O Protagonista Do Ano (Julho)

Em pleno verão, muitos foram os temas que aqueceram a “silly season” da televisão nacional. E as audiências foram, de facto, o tema quente destas semanas. A SIC somava vitórias consecutivas no horário nobre, com a novela Laços de Sangue e a reta final de Peso Pesado 1 a obterem resultados históricos e empurrarem a TVI para segundo plano. Na RTP1, já sem José Fragoso, Sílvia Alberto estreava-se na condução da adaptação portuguesa do Masterchef, conseguindo, também ela, resultados risonhos nas noites de sábado de verão.

Mas foi fora do pequeno ecrã que, por razões trágicas, uma cara bem mediática acabou por marcar o mês de julho e despedir-se de todos nós quase com a mesma instantaneidade com que, ao longo dos últimos anos, subiu ao estrelato. Falo-vos de Angélico Vieira, o protagonista do mês de julho.

25 de junho de 2011. Portugal acordava para mais um sábado de verão. Na TVI, a programação era especial: a tarde estava reservada ao especial Morangomania que seria conduzido a partir da praia de Santo Amaro de Oeiras por Rita Pereira e Angélico Vieira. O par maravilha completava assim mais um ritual de verão da TVI com uma tarde que prometia ser de alegria e festa. Mas a imprensa noticiava às primeiras horas da manhã o que ninguém gostava de ouvir: Angélico Vieira tinha sofrido um grave acidente, ao quilómetro 254 da Autoestrada do Norte (A1) encontrando-se já internado, com um prognóstico muito reservado, no hospital de Santo António, no Porto. Juntamente com o cantor, mais três outras pessoas estavam envolvidas no acidente. Um deles, vítima mortal e ainda outro internado também com alguma gravidade no mesmo Hospital onde Angélico estava internado.

Os dias seguintes ficaram marcados pela aderência dos jovens fãs do cantor e de todo o público em geral. As imediações do Santo António encontravam-se preenchidas de fãs que ainda acreditavam numa suposta recuperação do ator Os espaços informativos da própria TVI davam grande destaque ao estado de saúde da estrela da estação. Nas redes sociais, nasciam múltiplos grupos de aderência e mobilização em torno da rápida recuperação do cantor, em que todos acreditavam.

Passaram alguns dias. Dias de esperança mas também de uma enorme apreensão. E assim foi até à tarde do dia 28 de junho. A TVI avançava em exclusivo a morte cerebral do cantor. A consternação era enorme e as dúvidas também. Havia ainda quem acreditasse numa recuperação de Angélico, mas já nada havia a fazer. No dia seguinte, o Hospital confirmava assim o óbito de um dos mais promissores cantores e atores da nova geração.

Obviamente que esta morte não ficou finita ao dia 29 de junho. Ao longo do mês seguinte, a morte de Angélico continuava a derramar muita tinta. Imprensa cor-de-rosa e os próprios magazines matinais da SIC e TVI abordavam exaustivamente as implicações em que ocorreu o acidente que vitimou o ator e cantor. Ao que tudo parecia indicar, uma falha técnica no carro de Angélico terá despoletado o despiste que o vitimou. Até o próprio funeral de Angélico foi bastante mediatizado, à imagem do que tinha acontecido, anos antes, com Francisco Adam.

Mas independentemente disso, a morte de Angélico Vieira marcou, irremediavelmente, este ano de 2011. Ao longo dos meses seguintes, multiplicaram-se as homenagens ao ator e cantor. Descobria-se que, afinal, este seria um verão de muito trabalho para Angélico, que se preparava para colaborar em diversos projetos da TVI, como Canta Comigo. E agora, na reta final do ano, foi lançado o terceiro álbum do cantor, que seria apresentado naquele fatídico sábado, 25 de junho.

Acima de tudo, a morte de Angélico foi mais uma perda fulcral de uma geração de ouro que nascia nos Morangos Com Açúcar. Foi, afinal, o talento de Angélico e a obra deixada na sua, infelizmente, muito curta carreira que permitiram que o seu nome e a sua lembrança se perpetuassem e continuem a perpetuar-se muito para além deste ano de 2011.

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