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Estratégias de mudança

A Televisão
13 min leitura

Semana de aniversário da TVI, novos exclusivos do canal, rumores de convites a actores da concorrência. Cristina Ferreira confessa-se “órfã” da sua “madrinha” e Júlia Pinheiro abriu o seu coração à revista Caras. Já Nuno Santos explicou o porquê de as apostas SIC serem apresentadas com alguma antecedência face às datas de estreia.

Senhoras e senhores, sejam bem-vindos a mais uma Frente de Destaques!

Em semana de chegada à maioridade, foram várias as publicações que dedicaram algumas páginas à televisão de Queluz de Baixo. Ora com declarações de alguns dos profissionais que ainda fazem parte da casa, ora com fotografias de outros, ora com expressões que marcam estes últimos 18 anos de TVI. Seja de que forma for, o certo mesmo é que este acontecimento não foi deixado ao acaso e jornais e revistas da nossa praça cumpriram a sua missão. Achei curioso o artigo da Notícias TV, que nos recordou de expressões do passado, como o inesquecível “Boa Noite, eu sou a Manuela Moura Guedes” ou o “Trinca – Espinhas o caraças”, que marcou Anjo Selvagem. Sem sombra de dúvidas que este aniversário não poderia ser deixado ao acaso e a estação líder há mais de seis anos entra na “fase adulta” com uma dura missão pela frente. Perdeu uma das suas mais emblemáticas caras, mas roubou a até Junho do ano passado “maior estrela SIC”. Os tempos que se aproximam avizinham-se difíceis, mas não há dúvidas de que os responsáveis de Queluz de Baixo se preparam para apostar forte. Ou não fosse a TVI a estação preferida dos portugueses, que também hoje estão de parabéns. É claro que a televisão de Queluz de Baixo é a Protagonista desta semana!

E parece que a aposta no seu futuro será, novamente, na ficção nacional. É que, segundo a edição de terça-feira do Correio da Manhã e de quarta-feira da TV Guia a TVI renovou alguns dos seus contratos de exclusividade, casos de Rita Salema, Marco Delgado ou Jéssica Athayde, e segurou outros actores, nomeadamente, Pedro Carvalho, Sara Barradas, Júlia Belard, Ricardo Sá, Mafalda Pinto, Pedro Barroso, Catarina Gouveia e Pedro Górgia. Sinceramente, parece-me que a estação de Queluz de Baixo “aprendeu” que não pode dar-se ao luxo de perder mais actores para a concorrência e decidiu voltar em força aos contratos de exclusividade. Contudo, creio que nos casos de Júlia Belard, Catarina Gouveia ou Ricardo Sá talvez se tenha precipitado, até porque não creio que já tenham provado que merecem tal “estatuto”. Mas são opções e talvez não seja algo demasiado dispendioso para a estação.

Mas não só renovações e novos contratos que vêm reforçar a ideia de uma grande aposta na ficção nacional. Ainda segundo o Correio da Manhã de terça-feira, Cláudia Vieira e Rui Porto Nunes foram aliciados a regressar a Queluz de Baixo “pela porta grande”. Não sei até que ponto este rumor será verdade, mas creio que no caso da companheira de Pedro Teixeira talvez seja bem mais real, até porque não é de agora que surge esta notícia. É claro que até pode ser uma forma de a TVI tentar “vingar-se” do rombo que a SIC tem feito para os seus lados, mas não sei até que ponto Cláudia Vieira é necessária em Queluz de Baixo, que, embora tenha perdido alguns actores para Carnaxide, continua a possuir um grande lote de exclusivos, capazes de dar conta do recado. Por isso acredito que tudo não passe de um mero “capricho” dos responsáveis da estação, assim como no caso de Rui Porto Nunes. Ainda assim, tenho para mim que houve mesmo o convite à antiga apresentadora do Ídolos, até porque a própria utilizou o habitual “não comento”, quando confrontada com esta notícia.Alt

Exclusividades à parte, e ainda sobre estas movimentações no mercado televisivo, Cristina Ferreira deu esta semana uma grande entrevista à revista TV Guia. Nela senti o quanto Júlia Pinheiro era importante na televisão de Queluz de Baixo para a “saloia da Malveira”. A forma como elogiou aquela que apelida de sua “madrinha” foi tocante e não me deixou indiferente. A forma elegante como a parceira de Manuel Luís Goucha abordou vários temas da sua vida privada ou até mesmo da pessoal são de louvar, assim como o sentimento de gratidão que a liga à TVI, que a fez recusar uma proposta “aliciante” da SIC, que caso já contasse com Júlia Pinheiro nos seus quadros poderia não ter sido declinada. Fique completamente rendido à nova grande estrela da televisão da Media Capital, ela que ainda deu uma lição de humildade, quando afirmou não sentir necessidade de ter um programa só seu. Muitas colegas “novatas” deviam aprender com Cristina Ferreira que tem conquistado, taco a taco, o seu espaço na televisão portuguesa.

E se Cristina Ferreira falou com a TV Guia, Júlia Pinheiro confessou-se à Caras. E, antes de falar do conteúdo da entrevista, não deixo de realçar um facto curioso. Recorda-se de qual foi a publicação a que Fátima Lopes deu a primeira entrevista quando trocou a SIC pela TVI? Exactamente, foi à revista LUX, que faz parte do mesmo grupo do canal de Queluz de Baixo. Curiosamente, foi à Caras, do grupo Impresa, que Júlia Pinheiro concedeu a primeira entrevista desde que regressou à SIC (esquecendo a que deu à Única, há duas semanas). Não tão emocionante como a de Cristina ferreira, realço a sinceridade e a abertura da comunicadora a questões teoricamente mais complexas, como a morte do seu pai, a relação que mantém com os filhos e o marido e a sua própria vida enquanto mulher, filha, mãe, esposa. Pois é, embora por vezes nos esqueçamos, Júlia Pinheiro não é só a apresentadora de que tanto gostamos de ver na televisão. Ela também chora, ri, como qualquer um de nós. E a vida que levava na TVI já não a Altsatisfazia, os horários que possuía, o facto de quase não ter horários, foram adjuvantes a esta mudança para Carnaxide. Destaco ainda a naturalidade com que falou sobre o facto de Rui Pêgo não ter ficado muito satisfeito por agora ser colega da mãe ou da boa disposição quando abordou os seus novos desafios. Mais do que uma grande entrevistadora, Júlia Pinheiro foi também uma óptima entrevistada, numa conversa muito bem conseguida por parte de Cláudia Alegria, da Caras.

A terminar, falo-lhe das declarações de Nuno Santos à edição desta semana da revista TV 7 Dias, proferidas durante a apresentação à imprensa de A Família Mata. Confrontado com o facto de a estação que dirige comunicar sempre com muita antecedência alguns dos seus programas, o director de programas defendeu que faz parte da estratégia da SIC, uma vez que se trata de “uma estação comercial que vive apenas das suas receitas e é importante para quem investe, sobretudo num ano de crise, saber em que cestos vai colocar os seus ovos”. Aplaudo a frontalidade de Nuno Santos e não posso deixar de concordar com ele. Há muito que o “segredo deixou de ser a alma do negócio”. Hoje mais do que nunca o mercado publicitário está em constante mudança e face às cada vez mais duvidosas e ao mesmo tempo surpreendentes audiências, são as características dos formatos que influenciam em grande parte os investimentos das agências de publicidade. Depois de RTP e SIC perceberem isso, falta apenas a TVI também seguir esta linha. Mas, por enquanto, a “galinha dos ovos de ouro” (leia-se telenovela) ainda dá bons lucros à estação de Queluz de Baixo, que encontra nas “apresentações em cima do joelho” frutos. São estratégias.

Terminados os destaques, chegam algumas citações que marcaram os últimos dias:

“Os apresentadores não são papagaios, têm uma personalidade. Como é óbvio, poderia haver a tendência de copiar a Fátima, mas não quero isso. Não quero ser igual à Fátima ou à Júlia ou a quem quer que seja. O meu objectivo é potencializar a minha individualidade”, Leonor Poeiras (in Notícias TV)

“O dia mais difícil foi o da gala de Natal. Foi terrível. (…) mas doeu a sensação de que aquilo já não se iria repetir. Custou-me imenso a saída do Zé Eduardo, mas a da Júlia… Ela era o meu pilar, desde que eu entrei na TVI”, Cristina Ferreira (in TV Guia)

“Ganhar 50 mil euros é uma fantasia”, Júlia Pinheiro (in Caras)

“É preciso que fique muito claro que não foi uma substituição. Existem os actores exclusivos da TVI, como é o caso deles (Pedro Teixeira e José Carlos Pereira). Ambos estavam indicados para a novelas e, na apreciação que se foi fazendo, ficou decidido que, devido à carga horário da personagem, seria o Pedro a interpretá-la”, Maria João Mira (in TV 7 Dias)

Antes das despedidas, a Rosa e o Espinho desta semana:

Rosa

O destaque maior destes últimos dias vai para a notícia da TV 7 Dias que dá conta de que Pedro Caeiro está de regresso às telenovelas da TVI. Depois de uma personagem bastante interessante em Destino Imortal, o actor está já escalado para o elenco de Eclipse. Uma notícia que recebi de bom agrado e que me entusiasmou, até porque sou um grande admirador de Pedro Caeiro.

Espinho

Já o destaque menos positivo vai para a escolha de Vera Ferreira para substituir Rita Pereira no júri de Uma Canção Para ti, quando esta não puder estar presente. Fiquei deveras surpreendido com a notícia avançada pela TV Guia. Afinal de contas não haverá apenas seis emissões? E se a actriz de Eclipse não puder estar presente em todos os programas porque foi sequer escolhida? A meu ver, não faz qualquer sentido esta opção. Assim como não há lógica alguma em Vera Ferreira ocupar o lugar deixado vago por Rita Pereira. O que percebe a ex-concorrente de Secret Story de música, de presença em palco? Muito pouco.

E assim chega ao fim esta sexagésima nona edição de Frente de Destaques!

Até para a semana!

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