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Nikita 2010

A Televisão
15 min leitura

Nikita é uma série que retoma o sucesso de La Femme Nikita, a lendária série canadiana do mesmo criador de 24 (Joel Surnow), baseada no filme francês Nikita, de Luc Besson e antecessora de Alias, a Vingadora.

A série, de 5 Temporadas, estreou nos Estados Unidos em 1997, e foi umas das mais vistas nas duas primeiras temporadas, conhecendo uma enorme projecção internacional. 10 anos volvidos,  a estação de televisão americana, The CW, apostou numa continuação da história original de Nikita.

 

A história de Nikita:

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Nikita (Peta Wilson) é uma jovem abandonada pelo pai, violada pelo padrasto e preterida pela mãe quando foge de casa.

Sem abrigo na casa dos 20 anos, é acusada injustamente de matar um polícia a sangue frio e sentenciada a prisão perpétua. É, então, recrutada pela Section One, uma Organização anti terrorista, altamente secreta e sigilosa, não afiliada a nenhum governo específico, que funciona acima de qualquer outro organismo mundial, alistando assassinos condenados para cumprir missões impostas.

Dada como morta, com o seu funeral encenado, Nikita é obrigada a escolher entre a morte real (cancelamento) ou a vida. Nikita escolhe sobreviver na Secção Um, para poder voltar a viver.

Mas, há algo com que esta Organização não está a contar. Ela não é tão sedenta de sangue como a maior parte dos seus colegas. Como única inocente da Secção 1, não tem em si o peso da culpa de um crime que não cometeu e resiste às lavagens cerebrais que lhe são executadas. Mesmo depois de 2 anos a ser treinada por Michael (Roy Dupois), a agora arma letal, Nikita (nome de código Josephine) mantém a relutância em matar pessoas (inocentes ou não). A sua compaixão e simpatia colidem com as ordens que tem que seguir dos seus superiores. É este conflito pessoal o principal tema da série. Nikita quer manter a sua alma e moral intactas.

Para evitar falhar uma missão, e não ser automaticamente cancelada (morta), torna-se uma especialista em usar meios mais criativos (como a beleza, a sedução, as artes marciais) para evitar puxar o gatilho, contando com a protecção do frio e misterioso Michael, o seu mentor.

Como qualquer ser humano jovem e idealista, ela vai lutar, não só para provar a sua inocência, mas também para derrubar a Section, os seus dirigentes e os seus modos frios e calculistas de treino e reprogramação dos “pupilos” em assassinos obedientes e impiedosos. Até que, a corajosa e lutadora Nikita sucumbe aos modos e meios da Secção, assumindo o controlo da Organização, por amor.

Nikita 2010

10 anos depois, Nikita regressa numa continuação da história, agora protagonizada por Maggie Q.

Abandonou a Section 1 (agora Division) 6 anos depois de ter sido recrutada e tem por único objectivo derrubar aquela organização à margem da lei. Para isso Nikita recrutou pessoalmente Alex, uma rapariga de leste com um passado negro e distorcido, que funciona como infiltrada na Division.  Juntas, vão boicotar cada missão da Divisão, até à sua queda final.

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Personagens Principais:

Nikita mantém o núcleo de personagens centrais de La femme Nikita, apenas com algumas variações ou desenvolvimentos temporais.

Nikita

(Peta Wilson, 1997-2001)Enquanto agente da Divisão, mostra-se relutante em assassinar pessoas e, curiosamente, revela-se a mais eficiente no cumprimento das missões, mesmo sem matar. Nikita muda as regras do local, tornando-o mais humano e ligeiro com as suas insurreições e jovialidade, sendo considerada a alma da secção. Treinada por Michael, envolve-se num relacionamento secreto e perigoso com ele, visto que a Secção não permite relacionamentos entre agentes. Contudo, estes são os seus melhores agentes e, os líderes do local vão fazer de tudo para cortar o vínculo existente entre os dois, nem que isso signifique acabar com as suas vidas.  Ameaçados vezes sem conta, Nikita consegue convencê-lo a fugir. Os dois melhores agentes conseguem a fuga perfeita da secção para o seu final feliz, apenas para perceber que aquela era uma fuga para a morte. Nikita revela-se como uma agente infiltrada, toma o controlo do local e deixa  Michael fugir, destino que ela própria sempre ambicionou e que é obrigada a recusar.

 

(Maggie Q, 2010) – Actualmente, já uma ex agente da Division que se revoltou, tornando-se o principal calcanhar de Aquiles destes. Nikita procura libertar os outros agentes e minar cada missão deles, determinada a acabar com esta organização. Bem treinada, inteligente e perspicaz, está sempre um passo à frente da Divisão, conseguindo quase sempre frustrar os seus intuitos. Tem em Michael, o seu ex mentor e conselheiro, o seu principal rival e entrave.

Michael

(Roy Dupois, 1997-2001) – Frio, calculista e ambicioso, não é o tipo de pessoa de quem se goste, nem sequer depois de um segundo contacto. Depois de conhecê-lo a fundo, de provarmos as suas experiências e horrores, torna-se a personagem mais viciante e intrigante de toda a trama. Ex activista radical foi preso por participar em protestos tumultuados com uma organização terrorista, a “l’heure Sanguine”. Recrutado pela Section 1, dedicado e inteligente, torna-se um dos seus melhores e mais respeitados agentes e líderes.

Casa-se com Simone (o que não agrada aos dois líderes principais da Section, Madeleine e Paul) outra agente da Secção, que é dada como morta numa missão. Michael torna-se ainda mais frio e insensível. Dois anos depois, quando Nikita é recrutada, Michael volta a abrir-se emocionalmente, recuperando o sorriso e tendo uma razão para voltar a viver. A alma de Nikita divide Michael entre o impulso de a proteger das malhas daquela organização robótica e a lealdade para com aquela mesma instituição e as suas causas. Tem um filho, Adam. Os seus instintos protectores de pai não são bem vistos pela Secção.

(Shane West, 2010) – Depois da morte da mulher e filha, Michael prometeu vingança. Encontra em Nikita, uma ex pupila e agente da Division, um dos maiores entraves ao seu progresso na Divisão. Percebemos que está dividido entre a lealdade à Division e a sua ligação com a sua ex pupila, Nikita. Será ele capaz de se manter fiel àqueles que o robotizaram ou será Nikita ainda capaz de resgatar a sua alma e de o “puxar” para o mundo exterior?

 

Madeline

(Alberta Watson, 1997- 2000)

É a segunda na linha hierárquica da Secção, braço direito do líder, chefe de operações, Paul (Operations). Planeadora da parte estratégica da Secção 1, Madeline é a mente brilhante da Secção e um dos seus principais líderes. Fria, calculista, eficaz e eficiente na execução das suas funções (que envolvem todo o tipo de interrogatórios e de tortura psicológica) é a agente ideal da secção.

Feminina, coquette, extremamente cativante, foi ela que introduziu Nikita nas artes da sedução. Conhece a mente humana como ninguém e é perita em manipulação e jogos psicológicos. Como conhece a fundo a psicologia e reacções emocionais de cada agente da Secção, não hesita em pô-los à prova ou desafia-los quase ao limite do suportável, o que a faz entrar em conflito directo com Nikita (que considera uma ameaça à Secção, pelo seu espírito independente) tornando-se a sua principal opositora.

(Melinda Clarke, 2010) – Agora Amanda, “Madeline” continua a mestre da manipulação e a personagem mais brilhante, o coração de toda a trama. Mexe com as mentes e os rumos dos agentes da Division com ninguém, dispondo dos seus caminhos.

Birkoff

(Matthew Ferguson, 1997-2000) 

(Aaron Stanford, 2010)

É um génio informático que vive dentro da Secção 1, ao contrário dos outros agentes que possuem apartamentos no exterior. Inteligente, mas bastante tímido e incapaz de socializar, Birkoff torna-se bastante ingénuo e inocente. Nutre uma paixão unilateral por Nikita, o que o faz pôr muitas vezes em risco a sua própria vida, por trair a secção para ajudá-la.

Neste desenvolvimento da história de Nikita surgem novos personagens tais como Alex (Lyndsy Fonseca), a infiltrada de Nikita, sua informadora e cúmplice dentro daquela Organização.

 

O que podia ser melhorado?

Falta o ambiente do conto negro que LFN nos mostrava, o desespero da novata Nikita, espelhado nos seus olhos jovens e desesperançados.

Falta um argumento maduro e cheio da “dor” que bebemos da série original. Apesar de todo o esforço, Shane West não é o veterano actor canadiano, Roy Dupuis. Falta-nos o magistral tom humano dado por Roy a Michael e a grandiosa complexidade emocional, muitas vezes conseguida só com o olhar, conferida por este a Michael Samuelle. West nunca será o Michael por quem os fãs da série se viciaram e se chegaram a apaixonar. Tal como Maggie Q nunca dará à sua Nikita o ar angelical, indefeso e desprovido de maldade que Peta Wilson transmitia. Peta é Nikita tal como Roy Dupuis é Michael. Isso é um dado adquirido. A nova série é tão previsível e oca que nos faz quase esquecer como a outra era densa, com uma trama intrincada e misteriosa que mudava de forma inteligente e misteriosa, sem nunca perder credibilidade, deixando-nos delirantes, tristes, angustiados e revoltados com o decorrer da história.

Analisados todos os episódios já transmitidos da nova Nikita, posso concluir que estes recrutas não sobreviveriam a um dia na Secção 1, sendo cancelados, provavelmente ao fim do primeiro dia de serviço.

 

Porque devo ver esta série?

É a continuação de um clássico, Nikita 2010 é uma série ainda muito verde, cujas personagens ainda estão a delinear o seu posicionamento na trama. Percebemos que muitos dos seus traços base ainda se mantêm, como o de Birkoff, que poderia ser perfeitamente o jovem Birkoff 10 anos mais velho.

The CW não poderia ter escolhido uma série  melhor para trazer ao ar. Melinda Clarke (apesar de não ser uma Alberta Watson), Lyndsy Fonseca, mostraram que realmente La Femme Nikita ainda é uma série viva, com “pano para mangas” e perfeitamente autónoma da sua “mãe”.

Para fãs de Maggie Q e de Shane West, a série proporciona bons momentos de descontracção, com muitos momentos de acção e com finais verdadeiramente brilhantes, que procuram prender o espectador para os seguintes.

Curiosidades:

  • Quando foi produzido o pilot de La Femme Nikita, a série teve um orçamento muito reduzido o que limitou em muito a criação dos episódios, a nível de cenários, guarda-roupa e todo o tipo de ferramentas e tecnologia utilizados. Contudo, dada a enorme recepção da série, a segunda temporada foi bastante mais remunerada, e os cenários sofreram as suas remodelações, bem como os “gadgets” utilizados. Até os vestuários passaram a ser assinados por estilistas de renome.
  • La femme Nikita conta a história de Nikita não só através do argumento, mas de toda a mística envolvente. O apartamento desta, por exemplo, sofreu remodelações em todas as temporadas, acompanhando o crescimento emocional da heroína.
  • Quando, no fim da 4ª temporada, La Femme Nikita foi abruptamente cancelada pela Warner Bross por falta de orçamento, os argumentistas uniram-se de tal forma que escreveram o final mais surreal que a série alguma vez poderia ter, revoltando os fãs, que exigiram o regresso da mesma.
  • Os fãs da série assinaram (em 1999) uma petição para o regresso desta, conseguindo até unir os próprios actores nesta causa. Peta Wilson (a Nikita) vendeu os óculos da sua loja (os mesmos que a sua personagem usava na série) e juntou-se aos aficionados da série que também contribuíram, conseguindo o regresso da mesma, para uma curta 5ª temporada, de apenas 8 episódios (por questões orçamentais), sem a presença de Roy Dupuis (e de Michael) que fez apenas uma participação especial nos 2 episódios finais e dirigiu a produção de um outro.

 

Onde posso ver?


 21h, todas as quintas-feiras.




 
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