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«Hotel 5 Estrelas»

David Ferreira
4 min leitura

Fora De Série2012

Bem-vindo a mais uma edição do Fora de Série. Esta semana abordamos uma das recentes apostas da RTP1 para os finais de tarde de sábado. Em concreto, a série que trata do hotel de Júlio Pinhão, um «Hotel de 5 Estrelas»… (Não literalmente, as 5 estrelas são só de nome)

Em Hotel 5 Estrelas, Júlio Pinhão (José Pedro Gomes), é um ator de pequenos papéis que se vê obrigado a ficar com a gestão do hotel de família, após a morte do pai. Após assumir a gestão, é abandonado pela mulher, assim que o hotel passa de 5 para 4 estrelas, que vai viver com o seu mais rival, Lázaro Matos, dono do Resort Spa & Resort. Já naquilo que se pode ver desde o primeiro episódio da série, no hotel, trabalham as pessoas menos apropriadas para os respetivos cargos. Carolina e Sérgio Pinhão, respetivamente, mãe e filho de Júlio,  moram no hotel, e se ela culpa o filho pelos fracassos do hotel, o filho, ajuda ao afundanço, oferecendo vouchers para passagens de noite com tudo pago, a raparigas que conhece. Dos funcionários, a empregada da limpeza, interpretada por Dânia Neto, é a única que se escapa, e que tem lucidez no meio de tanto disparate feito pelo cozinheiro-que-não-sabe-cozinhar Malhão (Vítor Espadinha), a gestora que supostamente é a salvadora e que tem ideias estranhas, Teresa Capello (Susana Mendes), e o não menos estranho rececionista, Orlando, encarnado pelo recém-falecido ator, Bruno Simões.

A série, é uma sitcom, com assinatura de Frederico Pombares e Henrique Dias, e tem um estilo mais popular. Sem grandes diferenças, ou rasgos de criatividade, para com outras produções de cariz semelhante. Cumpre a função de entreter, mas não mais do que isso. Quem viu, como eu, os episódios até agora transmitidos, repara facilmente que é uma série completamente surreal. Desde o facto do hotel sobreviver com tão poucos (ou nenhuns) hóspedes – isto claro para além da mãe e filho de Júlio -, e com tanto custo (só as amigas que Sérgio leva até ao hotel devem acentuar o prejuízo), ou mesmo pela natureza dos malentendidos que suportam o humor da série.  Um dos pontos negativos, prende-se com a duração. 45 minutos é muito para uma série de comédia, e leva, inevitavelmente, ao típico “encher chouriços”, para fazer tempo. Se fosse mais dinâmica, talvez tivesse melhores resultados, mesmo sabendo que a nova grelha da RTP1 esteja, imerecidamente, a ser mal recebida. Mas uma série de comédia devia ter, ao estilo americano, a rondar os 25 minutos. É tempo que faz a série voar literalmente no tempo, sendo bem feitas nem se toma noção do tempo a passar. É uma hipótese, reduzir o tempo, e aumentar os episódios, isto, se o objetivo é rentabilizar o custo de construção da série e cenários.

O Fora de Série regressa na próxima semana, com uma nova análise.

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