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Será que a «Festa» compensa?

A Televisão
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E já lá vão quatro semanas de Portugal em Festa. Não, o nosso país não andou particularmente festivo no último mês, apesar de um ou outro regabofe governamental. Falo do programa das tardes de domingo que a SIC estreou a 16 de junho, reagindo ao sucesso de Somos Portugal da TVI com um programa praticamente igual. Sobre o conteúdo e o estilo destes dois programas já muito se disse e comentou. Mas passado este tempo, já se pode fazer um balanço da recetividade do programa.

Ao contrário do que se poderia pensar, Portugal em Festa não roubou público a Somos Portugal, que manteve a sua liderança com larga vantagem. O único efeito do programa apresentado por Rita Ferro Rodrigues e José Figueiras foi baixar ainda mais as audiências das tardes de domingo da SIC, que já não andavam brilhantes com o cinema. Portugal em Festa chegou mesmo a estar na casa dos 12% de share em duas ocasiões (23 e 30 de junho), valores humilhantes para um canal como a SIC. Parece-me claro que o público-alvo destes programas populares interpretou a aposta da SIC como uma «cópia» do programa da TVI, e preferiu o original.

Como se não bastasse, as alterações que a SIC fez na restante programação de fim-de-semana para estrear Portugal em Festa também não correram bem. E-Especial, desde que foi transferido para as 12h de Sábado, tem tido péssimos resultados, e o Fama Show perdeu grande parte da sua audiência desde que passou para as tardes de Sábado.

É sabido que as audiências não são o único fator de sucesso nestes programas, e que as receitas das chamadas telefónicas representam grandes encaixes de dinheiro para as estações, podendo compensar receitas publicitárias mais fracas. Somos Portugal (que ainda conta com apoios de utilidade discutível das autarquias) tem sido uma autêntica «mina» para a TVI. Mas será que Portugal em Festa compensa? Ao contrário do programa da TVI, é assumidamente um programa estival e por isso terminará com o fim do Verão. Mas mesmo assim, será que compensa ter maus resultados crónicos ao fim-de-semana? Será que compensa afastar algum público mais jovem e urbano, habituado às tardes de cinema?

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