Depois de vários anos a marcar presença no ESC, Portugal decidiu não participar no certame já em 2013. Se por um lado julgo que é uma má notícia do ponto de vista da promoção da música portuguesa e de demonstrar o talento que também temos por cá, a verdade é que considero que não será assim tão má notícia. E passo a explicar as minhas razões.
De facto, há vários anos que as participações portuguesas são escolhidas por «exclusão de partes», isto é, os concorrentes são tão maus que terá de ir o menos mau deles (exceção feita à Vânia, quanto a mim, uma concorrente forte), sendo que às vezes vai mesmo um desses «tão maus».
Além disso, e principalmente, julgo que também há bastante tempo que o Festival deixou de ser acerca da música, mas sim acerca dos países com mais vizinhos. Há algo que terá de mudar no sistema de votação ou no próprio conceito do formato, já que se trata de uma situação que não acrescenta qualquer credibilidade ao mesmo. Vencerá sempre um país do centro da Europa (haverá, certamente, exceções, mas a regra geral…). Portugal como o retângulo do canto da Europa terá apenas «sucesso» em Espanha e França, pouco mais. Se é para ser mais um gasto para a estação pública, sem qualquer tipo de retorno, até em termos de audiências, mais vale estar quieto e apostar em formatos que sejam, em última análise, uma mais valia para o canal.
Foco, é algo que é fundamental na gestão de qualquer empresa. A RTP que se centre naquilo que são os seus pontos fortes e na sua valorização, e pode ser que consiga mais do que atualmente regista no panorama televisivo nacional.
