fbpx

Quem somos afinal, Portugal?

A Televisão
3 min leitura

Recentemente, num modesto convívio com pessoal amigo numa das esplanadas da zona onde habito, veio à tona falar de televisão. O plasma que maioritariamente tinha a função de entretém aos clientes do bar, transmitia, naquele exato momento, o programa «Somos Portugal» na TVI. As opiniões e críticas fizeram-se sentir e achei oportuno trazer o debate até aqui, expressando a minha opinião, por mais que chovam críticas sobre a presente crítica que aqui exponho.

O slogan da estação de Queluz de Baixo já é reconhecido pela quase totalidade dos portugueses: “Juntos criamos o futuro”. Um slogan forte que o canal procura atingir com a sua programação. Chegar perto dos espectadores é um lema que pretende alcançar, afirmando assim a sua marca no mercado televisivo. Surge então, desta forma, o programa «Somos Portugal» com o intuito de percorrer o país de norte a sul com os rostos que dão vida à estação. “Até aqui, tudo bem”, como se diz na gíria dos nossos tempos. Mas o funcionamento e a essência de programas deste tipo já cansa.

São grandes os pretextos para as emissões em direto, as temáticas divergem e os rostos intercalam-se. Seja o Carnaval, seja o Verão, o chocolate, o futebol, o açúcar… tudo é motivo para festejar e animar o público que acompanha o programa. A base de programação é a mesma, só muda o cenário, os rostos e claro, o tema. De resto, em todos os programas, as tardes inteiras são recheadas de músicas populares que já “enjoam” grande parte do público, essencialmente a faixa etária jovem.

Apesar de ser um programa de sucesso comparativamente aos resultados audiométricos da concorrência, as quatro horas apresentam-se como conteúdo indigente, protagonizados por um trio de apresentadores variável. Porém, quando em “conversas de café” chega aos ouvidos o nome do programa que ocupa as tardes de Domingo, não são só as “pimbalhadas” que se fazem ouvir de forma negativa. Nuno Eiró também é alvo de crítica: as suas brincadeiras são para muitos “algo sem graça” e por vezes as suas intervenções são consideradas “indecentes”. O que é certo é que entretém, mas se analisarmos em concreto as opiniões a que o apresentador é alvo podemos considerar algumas nitidamente excessivas em que “mais valia estar calado”.

A cultura e o entretenimento são aspetos que a televisão deve ter em conta. Defendo a sua existência e a sua importância na programação generalista, mas não seria rentável ir ao encontro dos portugueses de outra forma? Questiono-me acerca do título do programa que me faz interrogar em que país estou. Será que Portugal é isto mesmo? Um espelho da música pimba e dos programas inerentes à divulgação do que é realmente a nossa cultura ? Quem somos afinal, Portugal?

Siga-me:
Redactor.