fbpx

Qual foi o problema do «Dr. White»?

A Televisão
4 min leitura

«Dr. White» foi gravado durante o ano de 2011, mas só chegou à SIC em 2012. No total, foram produzidos 26 programas que, sabe-se agora, foram (ou vão ser!) divididos em duas temporadas de 13 programas cada. Isto porque a primeira temporada chega ao fim no próximo sábado.

Ao longo desta primeira temporada, o programa encabeçado pelo dentista Miguel Stanley não fez valores extraordinários. Diria, até, que fez baixos valores, prejudicando a média diária da estação, ao sábado. Em relação à crítica, o programa convenceu; na sua produção, conceito e trabalho final, o programa não desiludiu e teve qualidade. Mas, afinal, o que falhou?!

A ideia do «Dr. White» não é nova. Pelo menos não é nada que já não tenhamos visto ser feito além-fronteiras e que qualquer abençoado com TV Cabo já não tenha visto! Por cá, o mais próximo que tivemos do «Dr. White» foi o «Doutor, Preciso de Ajuda» da TVI que, curiosamente (ou não!), o Dr. Miguel Stanley era um dos médicos responsáveis pela transformação (a nível dentário) das pessoas que iam ao programa. Mas, no seu programa da SIC, filmado na sua clínica, deram mais valor às emoções, à evolução de cada caso mostrando-o passo a passo e revelando os sentimentos, com um toque de reportagem. E o facto de o programa se centrar num só local, com médicos que habitualmente já trabalham juntos, nas diversas áreas, fez com que o programa transparecesse uma maior ligação entre paciente e médico, tendo este um papel vital e importante na transformação da pessoa que deu a cara no programa. Mas todos estes fatores juntos, afinal, não foram os suficientes para conquistar os portugueses.

Um dos grandes problemas do programa foi o seu ritmo. O programa era arrastado, com muitos comentários e muita conversa pelo meio, com as cirurgias muito detalhadas. E, nessas cirurgias, houve, muitas vezes, imagens que podiam ferir suscetibilidades, por não terem tido o cuidado de pensar que há pessoas que, simplesmente, não gostam de ver determinadas imagens do processo de uma cirurgia. O programa tinha uma imagem que se assemelhava mais a um documentário ou reportagem que propriamente a um programa de entretenimento. O facto de não terem apostado no sensacionalismo, no espetáculo que poderia ser a transformação física (e até interior!) de uma pessoa, fez com que não chamasse a atenção de um determinado público.

«Dr. White» revelou-se um programa quase elitista, para um público muito restrito e específico. Não é um programa de massas; é um programa que, se calhar, faria mais sentido num canal temático. E, indo para o ar num horário de grande consumo, fez com que não conseguisse ter uma grande audiência, pois não chamou a atenção de todos os públicos (só de uma faixa). Daí, nas suas últimas emissões, ter começado a ser arrastado para o fim do horário nobre, para apanhar um período onde só houvesse um determinado público.

O «Caminho para a Felicidade» é o lema do programa, mas não o da SIC, quando o formato está no ar. Independentemente disso, o programa foi exibido ininterruptamente durante esta primeira temporada. Seguiu o seu caminho… Só resta saber qual será o caminho que irá ter a segunda temporada e quando será emitida, bem como o dia e o seu horário.

Siga-me:
Redactor.