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Manuel Ferreira e Cristina Luís Goucha

A Televisão
4 min leitura

Falar_Televisao 2012Enquanto somos crianças a nossa vida é recheada de alegria, boa disposição e jovialidade, tal como as nossas manhãs, manhãs de velhos, de adultos, de jovens, de crianças. Manhãs que nos fazem ressuscitar e reviver a nossa infância. Aliás, manhãs que nos fazem ressuscitar e VIVER a nossa infância, porque a infância é a época em que os caleidoscópios que são os nossos olhos nos permitem ver com toda a pulcritude, cor e magia o mundo de algodão doce, por vezes salpicado de consideráveis grãos de sal, em que vivemos.

E porque são as nossas manhãs assim? Pelo menos: porque serão as minhas manhãs assim? Porque eu assisto diariamente a um programa feito por pessoas cujo sonho pela televisão falou mais alto, apresentado por Manuel Luís Goucha e Cristina Ferreira, uma dupla como não há igual, ambos apresentadores à qual a frase de

Edgar Allan Poe, «Para se ser feliz até um certo ponto é preciso ter-se sofrido até esse mesmo ponto.» assentaria como o sapato de cristal à Cinderela.

Esta dupla, que já vários prémios arrecadou e que já lidera (não só de segunda a sexta) há vários anos, está junta há 9 anos. Nove anos a animar as manhãs de milhares de portugueses e a fazer televisão da forma que se deve fazer: com dedicação, com entrega incondicional, e com, no caso das duplas, os não tão regulares quanto gostaria «3 C´s» – camaradagem, companheirismo e cumplicidade. Cristina Ferreira e Manuel Luís Goucha são um verdadeiro exemplo do que é existir UM cérebro a comandar o programa e um modelo do que é quase que transcendental: ler o pensamento um do outro no momento certo e comunicar com os telespectadores, e não pronunciar meras palavras que vão passando, a rapidez perfeitamente mutável, no teleponto.

Você na TV é um programa que privilegia a cumplicidade, mas também que abre espaço à indiscutível diversidade, notória nas diferentes temáticas e rubricas constituintes do programa, tais como os Consultório Feminino e Masculino, que contam com a participação de Sílvia Roque e Paulo Guimarães, respetivamente, as Dicas do Chef e da Semana, com o prestigiado Chefe Hernâni Ermida, os habituais comentários da atualidade criminal do nosso país, por António Teixeira e Manuel Rodrigues, ou até as recorrentes mudanças de visual proporcionadas por Patrícia Pereira.

Provavelmente se a «apresentadeira da malveira», como se intitula, ou o apresentador que queria ser famoso em criança, encarnasse na mente genial, engenhosa, quase que alienada, de Filipe La Féria diria «O Público é o meu subsídio», uma expressão várias vezes referida pelo encenador.

No seguimento do meu raciocínio, e já que falamos sobre subsídios e salários, com certeza que o salário de ambos os apresentadores contará, para de uma confortável enumeração de dígitos, com uma boa dose de generosidade por parte da produção, no entanto, e porque os maus apresentadores são como o ananás enlatado, que até poderá permanecer bonito e intacto durante anos, mas depois de ser tirado da embalagem bastam poucos minutos para se apresentar feio, disforme, podre – pronto para deitar para o lixo e esquecer; acredito que não são as capas de revistas que lhe fazem o dia, mas sim o carinho do público, o calor dos aplausos silenciosos que não passam através da televisão, o amor à profissão e o prazer (ou melhor dizendo «gosto», porque, como Manuel Luís Goucha diria: «prazer é outra coisa») de todos os dias nos fazerem realmente estar na TV.

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