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A Televisão
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Falar_Televisao 2012

A RTP1 estreou esta segunda-feira Bem-vindos a Beirais, dando continuidade à aposta em séries diárias de 80 episódios iniciada em Janeiro com Sinais de Vida. No início do ano, com a estreia de uma «nova RTP», este foi o formato escolhido para substituir os concursos diários, cuja tendência descendente já se verificava há algum tempo, e que culminou num Desafio Final que nem a apresentação de José Carlos Malato conseguiu salvar do fracasso.

Cerca de quatro meses depois, e após o final de Sinais de Vida, os resultados não são nada animadores. A série protagonizada por Dalila Carmo, Joaquim Horta e São José Correia conseguiu uma média de apenas 2,3% de audiência e 4,7% de share, valores muito fracos para aquela que era a principal aposta para o horário nobre.

Bem-Vindos-A-Beirais

Notou-se algum esforço da RTP em impedir que Bem-vindos a Beirais fosse pelo mesmo caminho que a antecessora. Ao contrário do que é hábito na Marechal Gomes da Costa, houve um maior cuidado na promoção da série, que começou com várias semanas de antecedência e teve direito a spots em todos os canais de TV e rádio do grupo. No entanto, a estreia da nova série não fugiu aos resultados da antecessora: 2,7% de audiência e 5,3% de share. Note-se, no entanto, que teve uma estreia superior à de Sinais de Vida, que teve 2,1% de rating e 3,9% de share.

Se a série protagonizada por Pepê Rapazote vai recuperar as audiências do horário nobre da RTP, só o tempo o dirá. Mas julgo que há um lição a reter de Sinais de Vida: por muito que a RTP sublinhe que se trata de uma série diária, o formato será sempre visto pelo espectador como uma novela ou, quanto muito, uma «mini-novela». E para novelas, a oferta das privadas é mais do que suficiente. Talvez tenha sido essa uma das razões para os fracos resultados de Sinais de Vida: apesar de se apresentar como algo diferente, revelou ser mais do mesmo, com enredos e diálogos semelhantes aos de outras telenovelas.

O que os espectadores da RTP1 esperam do horário nobre do canal é uma alternativa às novelas da SIC e TVI. Foi esse o caminho trilhado pelo canal com os concursos nos últimos 10 anos, com altos e baixos nas audiências, mas com resultados razoáveis durante muito tempo. Estando essa fórmula esgotada, seria difícil que uma nova que rompesse com a anterior obtivesse resultados imediatos. A RTP parece determinada em manter a aposta nestas séries de 80 episódios, e talvez faça sentido esperar até que os resultados apareçam. Mas se nunca vierem a aparecer, e se a RTP1 se mantiver irrelevante no horário principal do dia, então que se aposte numa programação alternativa. Mal por mal, mais vale ter audiências modestas com algo de novo, do que fazer mais do mesmo e não ter sucesso.

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