Há muito que o futebol nacional, nomeadamente as camadas mais jovens começaram a desiludir os portugueses, seja por os clubes da Liga Zon Sagres se dedicarem mais a escolher estrangeiros, seja por não haver investimento na formação, ou até mesmo pela parca qualidade. Talvez por isto, à partida para a Colômbia, muita gente nem imaginasse que a nossa selecção de sub-20 iria por lá disputar o Mundial da categoria.
É triste, mas é verdade. Foi preciso os jovens comandados por Ilídio Vale começarem a dar do que falar para que meio país os apoiasse. Como se não bastasse tudo isto, o facto de a transmissão do evento ser da responsabilidade da Eurosport também acabou por não ajudar. Até que a RTP, depois de várias críticas, lá cumpriu o tão falado serviço público e transmitiu as partidas finais.
No meio de tudo isto, pode-se dizer que a televisão pública ganhou a “sorte grande”. Apesar de todas as críticas iniciais e da falta de esperança, a presença de Portugal na grande final foi como que a cereja no topo do bolo, primeiro do que tudo para os jovens treinados por Ilídio Vale e depois para a RTP. Numa noite de sábado para domingo, às 2 horas da madrugada, um consumo televisivo de perto de 700 mil telespetadores “é obra”, como se diz na gíria. Muitas vezes há programas que no horário nobre não atingem essa marca.
É por estas e por outras que o futebol ainda continua a ser mágico e a merecer alguma atenção por parte dos programadores que por aí andam. Os números falam por si, mas, mesmo que Portugal tivesse ficado pela fase inicial, a própria RTP deveria ter cumprido a sua “missão”. É por isto que agora me apetece perguntar, merecerão os diretores da televisão pública elogios por terem corrigido o “erro” a tempo? Era preciso coragem…
