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Inverno total

A Televisão
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A tarde da última emissão do Verão Total 2012, que foi para o ar nesta sexta-feira, não podia ter sido o melhor fecho que reflete o papel do programa itinerante da RTP1. Em direto de Lamego, Jorge Gabriel e Sónia Araújo conduziam a última emissão do programa. Preparavam-se mesmo para entrar na última hora de programa (pouco faltava para as cinco da tarde). Mas eis senão quando, uma chuva torrencial e uma trovoada típica de verão começa a abater-se sobre a cidade e sobre o pobre cabelo ultra-brilhante Garnier da Araújo. O como o verão, o embaraço daquele minutos também foi total. Os planos ganham turbulência, com os câmaras a proteger as máquinas de filmar e toda a panóplia tecnológica face à chuva maldita. Jorge Gabriel finalmente confessa: “É melhor irmos para intervalo esperar que a chuva passe”.

Pois, e é pena que no restante verão também não tenha chovido em todas as outras cidades por onde passou o Verão Total. Numa altura em que se discute tanto a utopia do serviço público e o que está afinal bem ou mal na televisão do estado, podemos considerar o Verão Total como um autêntico insulto aos espectadores. Revestido com a cínica capa do “dá a conhecer Portugal aos portugueses” o verão Total está ao nível de qualquer Somos Portugal, da TVI. Com a agravante de que é transmitido na televisão pública. Tem momentos bons, é certo. Mas o pacote final é deprimente. Recheado com as Romanas e as Micaelas e brilharem no playback, as avozinhas a fazerem da televisão uma caixa de mensagens de qualquer rede social enquanto mandam beijinhos para os filhos que estão na Suíça, as entrevistas roçarem cada vez mais o oco e demonstrarem a impreparação das “caras larocas” que conduzem estes especiais, programas como o Verão Total tornam-se desnecessários e provocam uma imensa vergonha reflexa. E o problema é que, neste caso, já vamos a caminho da quinta temporada…

 

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