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Ensaio sobre a derrota

A Televisão
2 min leitura

Se há histórias incrivelmente previsíveis, a história entre Portugal e o Festival da Eurovisão é o melhor exemplo dessa previsibilidade. Se fosse um romance, seria comparável a uma daquelas histórias de amor que acabam em tragédia e com um dos protagonistas e chorar pelo desprezo que o amado lhe retribui. Se fosse um policial, Portugal seria, sem dúvida, o mau da fita, o serial killer que pratica um autêntico assassinato, a cada ano, no palco do festival, com a figura da “organização” como o polícia bom que não perde tempo em aniquilar o mau da fita português. Se fosse uma biografia, a data da morte, essa, era sabida logo à partida: o dia da semifinal em que o nosso país participa.

Mas não. A história da participação portuguesa acaba por ser uma autêntica novela mexicana. Previsível, mas pirosa. Sem a graça nem a perspicácia de verdadeiras obras literárias. Com um enredo (leia-se, comitiva) demasiado pequeno. E talvez com esse pormenor a ser mesmo o grande problema, que mata, desde à partida, a novela.

Fip Ensaio Sobre A Derrota

Filipa Sousa foi uma boa protagonista. Segura, brilhante. O guião que lhe foi dado para interpretar, esse sim, era realmente fraco. Nem a caracterização ajudou. Os 3 minutos de história acabaram por sair gorados e o exigente público do leste europeu, substancialmente diferente das típicas donas de casa noveleiras da TVI, não aprovou o “episódio-piloto”.

A história acabou, como sempre, cedo demais, sem direito a segunda temporada.

Salvou-se o excelente narrador Pedro Granger, que fez o trabalho de casa e salvou o triste fado lusitano.

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