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E não foram (nada) felizes para sempre…

A Televisão
2 min leitura

A crónica de hoje prende-se com a notícia publicada há instantes aqui n’ A Televisão: Sara Barradas não quer que seja o público a decidir o derradeiro final de «Remédio Santo». E eu não podia estar mais de acordo com esta opinião. É que a simples possibilidade de ser o telespectador a decidir o futuro de uma novela… acaba com a “magia” dessa mesma novela. Torna-se imediatamente um motivo para mudar de canal e nunca mais ver aquele produto.

Agora perguntam: porquê? Acima de tudo, porque perde a “piada”. A criatividade está nas mãos do autor, a capacidade de surpreender está nas mãos do autor, o poder de agarrar o público está nas mãos… do autor. Portanto, se somos “nós” a decidir o final de uma novela, tudo deixa de fazer sentido. Por exemplo: aquela criatura da novela, vestida de preto e que causa resmas de pânico e mortes… podia ser afinal quem eu quisesse. Que sentido faz isto? Deste modo, fico eu com o poder de me surpreender a mim mesmo, o que não faz sentido algum. Mais uma vez, repito: perde-se a “magia”. Deixa-se de acreditar no que se está a ver.

Tomemos como referência «Remédio Santo» – as pessoas precisam de acreditar que sempre esteve definido quem seria a personagem “A Morte”. Precisam de acreditar que o autor sempre soube quem é na verdade essa personagem. E, principalmente, acreditar que quem esteve por detrás daquela máscara foi sempre o “Zé” e mais ninguém. Senão… lá se vai a credibilidade toda pelo “cano” abaixo, não?

É certo que esta é uma medida inovadora que dinamiza os programas, aproxima o telespectador e este sente-se “importante” e mais próximo da sua novela, mas em nada traz vantagens. Pode trazer vantagens para quem recebe o dinheiro das chamadas efectuadas para decidir o futuro das personagens, mas acredito que grande parte do público não deve achar muita graça a este método. Verdade ou mentira?

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