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“Dizem Elas e Ele”… E nós, o que dizemos?

A Televisão
3 min leitura

Há muito que a rubrica de análise do “mundo dos famosos” faz parte do leque de programação de Você na TV!, da TVI. Atualmente, todas as terças-feiras (salvo algumas exceções), Cristina Ferreira e Manuel Luís Goucha recebem em estúdio três nomes reconhecidos do público em geral, dos ditos “socialites”. Lili Caneças, Cinha Jardim e mais recentemente Flávio Furtado.

Este tipo de rubricas torna-se quase essencial neste género de programas, uma vez que o ambiente é descontraído e o público para quem se dirige é o mesmo público consumidor de imprensa dita cor de rosa. Atores, apresentadores, jogadores de futebol, artistas ou simplesmente “gentes de festa”, são semanalmente apontados para a discussão no programa das manhãs da TVI. Os três comentadores são, por inúmeras vezes, apontados como fúteis, injustos e cruéis, sendo que são igualmente alvo de duras críticas. Este espaço torna-se quase que uma “atração barata” para a futilidade que é este mundo à parte.

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Que me perdoem e compreendam os apreciadores de tais rubricas, mas a verdade é que este tipo de “espetáculo televisivo” não tem qualquer interesse social ou credibilidade. Ainda assim entendo, na totalidade do possível, a sua existência. É quase como falarmos de um reality-show. As pessoas gostam porque as distrai, porque as transporta para uma visão “ridícula” das suas vidas, isto é, as pessoas conhecem novas realidades subjacentes à sua própria existência que despoleta o seu sentido crítico e julgamento pessoal para com a diferença e baixos valores civis.

Numa altura da nossa vivência, em que nos é pedido sempre mais e melhor do nosso trabalho, este tipo de programas (no caso dos reality-shows) ou rubricas, faz-nos aperceber de que a nossa existência não é assim tão parola quanto a julgamos, ou seja, o nosso quotidiano, apesar de monótono e quiçá aborrecido, torna-se superior e concebível face a esta outra realidade paranormal, mesquinha e ociosa.

Mas este é apenas um ponto de vista, muitos outros são possíveis e necessários para a compreensão global da situação descrita. A título de exemplo, há quem afirme que a importância destes géneros é tão ou mais importante quanto uma discussão crítica e sustentada sobre a pobreza mundial. Porquê? Em primeiro lugar, há que reconhecer a ambivalência do mundo que nos cerca e posterior a isso, há que “beber” um pouco de toda essa diversidade para que a nossa identidade e a sua compreensão pessoal sejam asseguradas.

Muito poderia falar-vos aqui sobre causas, efeitos, consequências, importância e afins deste tipo de programação, mas prefiro que sejam vocês, fiéis leitores, que me dêem a vossa opinião. O que acham, a título de exemplo, da rubrica “Dizem Elas e Ele” do programa da TVI?

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