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Desfalecimento

A Televisão
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Falar Televisão

A pretexto do Mundial de Futebol a TVI decidiu integrar o espaço humorístico de Ricardo Araújo Pereira no Jornal das 8, suspendendo Melhor do que Falecer. Ao fim de dois meses de audiências dececionantes a TVI reagiu aos resultados e, sem acabar com a presença de RAP em antena como se chegou a pensar, resolveu integrar o humorista noutro formato. As razões para o fracasso de Melhor do que Falecer poderão ser várias: a rejeição do formato de cinco minutos diários, eficaz na rádio mas demasiado curto na TV, o aproveitamento de textos já usados na Mixórdia de Temáticas ou a evidente divergência entre o público habitual de Ricardo Araújo Pereira e o público da TVI.

O novo espaço, anunciado como sendo dedicado ao Mundial, é um regresso de RAP ao formato do Daily Show (que já experimentou em 2009 com os Gato Fedorento em Esmiúça os Sufrágios) mas resumido a pouco mais de cinco minutos. A TVI espera que o humor colado à atualidade, não só desportiva como política, consiga melhores audiências que o nonsense de Melhor do que Falecer. Esta é mais uma prova da «versatilidade» do Jornal das 8, que sendo um noticiário também integra espaços como o Euromilhões ou o humor de RAP se a estratégia de programação assim o exigir.

Estranhei que a TVI não tivesse cancelado ou atirado para as madrugadas o formato após os primeiros resultados negativos. Ainda bem que não o fez (com exceção do compacto de Sábado), mas sabemos que essa é a prática habitual das televisões. Não sei se a razão para a persistência da TVI se deveu à conquista de algum público mais interessante do ponto de vista comercial, a cláusulas contratuais com Ricardo Araújo Pereira ou simplesmente à vontade de ter um formato daquela qualidade em antena. Melhor do que Falecer pode ter sido um dos flops do ano da TVI, mas na minha opinião será provavelmente um dos melhores programas que tiveram em antena nos últimos tempos.

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