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Da comédia à tragédia

A Televisão
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Falar Televisão

1. A inclusão de Herman José no lote de apresentadores do Verão Total tem servido como uma forma de testar o humorista no daytime da RTP antes da sua estreia em setembro na condução das tardes da estação pública. À primeira vista parecia ser uma certa despromoção do maior humorista português dos últimos 40 anos, agora encarregado de apresentar um programa itinerante de Verão. Seria de esperar que Herman fosse um peixe fora de água. Como sempre, mesmo num programa tão diferente daqueles que tem feito na sua carreira, Herman molda o programa à sua imagem. As edições de Verão Total com Herman são totalmente diferentes das outras. Herman consegue dar ao programa um ar mais fresco e animado, desconstruindo os clichés deste tipo de formatos. Na interação com os populares Herman parece estar no seu habitat natural, sem perder a oportunidade para uma boa piada. E ao contrário do que se poderia esperar, Herman tem sabido partilhar a apresentação com as suas colegas, e a dupla com Joana Teles pareceu-me ter funcionado bem. Se Herman não destoa no Verão Total é porque, apesar de tudo, o programa da RTP ainda é bastante diferentes das maratonas de pimba e de concursos telefónicos das tardes de fim de semana.

2. No passado Domingo ouvia Marcelo Rebelo de Sousa dizer, no Jornal das 8, que a cobertura jornalística da morte de André Bessa, filho de Judite de Sousa, tinha sido cuidada. A morte trágica de um jovem, naquelas circunstâncias, seria sempre notícia, mesmo que não passasse de uma nota de rodapé. O facto de a vítima ser filha de uma figura com uma grande exposição pública aumenta o «valor» da notícia. Seria uma hipocrisia fingir que aquilo não é notícia. A TVI foi o canal que mais atenção dedicou ao caso, logo com uma nota de abertura do Jornal das 8 do dia fatídico, algo que me pareceu justificável. Por outro lado, uma peça com fotografias da vítima ao som de um poema pareceu-me uma exploração desnecessária do caso. Tal como uma outra peça com imagens do velório do jovem, e em que se ouviu em breves segundo o choro desesperado da mãe. Claro que nada disto se compara às «investigações» do Correio da Manhã/CMTV sobre a quantidade de alcoól que haveria na festa, ou a inacreditável entrevista a uma «amiga» da vítima. A cobertura mediática do caso não foi tão cuidada assim, e se calhar está para durar.

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