Cada vez percebo melhor a decisão de Felisbela Lopes, ao ter abandonado a Comissão que apresentou esta semana ao Governo o relatório sobre o serviço público. Algumas das teses sustentadas por esta comissão, e reforçadas por João Duque na entrevista que concedeu hoje à Notícias TV, são de teor extremamente duvidoso e falacioso.
Ser apologista do fim do recém-reformulado canal de informação público e acusar a informação da RTP como alvo fácil de manipulação são algumas das conclusões mais descabidas ali apresentadas.
A RTP tem atualmente a informação mais equilibrada de entre as redações generalistas nacionais. E digo isto sem qualquer dúvida. Em conteúdo, em tratamento e em excelentes profissionais, a informação do canal público é uma das grandes mais-valias da nossa televisão generalista. E o mesmo acontece no Cabo, onde a RTP Informação, apesar de não ser líder, é um elemento fulcral para estar presente na oferta da televisão paga.
Dizer que a informação da RTP é instrumentalizada não passa de um devaneio. A informação do canal público tem feito, quer no passado recente com Nuno Santos, quer anteriormente com José Alberto Carvalho (e buscando apenas exemplos práticos dos últimos 5 anos), as coberturas mais exaustivas e completas de determinados acontecimentos completamente anti-poder e “censuráveis”. Lembre-se, por exemplo, a manifestação da Geração à rasca, em maio. Na altura a ainda RTP N foi a única(!) estação de informação do Cabo a dar real relevo a este tipo de manifestação, numa emissão que não teve necessariamente que ser oca e sem interesse público. Mas há muitos mais exemplos para citar. Tais como, as reportagens emitidas ainda na última semana, que são um bom exemplo da excelente informação que se cumpre na Marechal Gomes da Costa.
A informação da RTP faz falta a Portugal. Ser a favor da sua redução ou mesmo da extinção do seu canal temático não passa de meras ideias descabidas, pelo menos para mim, mero espetador interessado…
